Em 1938, Ingeborg Syllm-Rapoport não foi autorizada a defender sua tese de doutorado pelo regime nazista pelo fato de ser judaica.

Mas isso não a impediu de realizar seu sonho oito décadas depois e, por conta de sua perseverança, ela se tornou a pessoa mais velha na Alemanha a completar um doutorado, aos 102 anos.

 

 

“Depois de quase 80 anos, foi possível restaurar um pouco de justiça”, afirmou em seu discurso Burkhard Goeke, o diretor médico do hospital da Universidade de Hamburgo. “Nós não podemos desfazer as injustiças que foram cometidas, mas a nossa visão do passado molda a nossa perspectiva para o futuro.”

Especialista em cuidar de recém-nascidos, a neonatologista recebeu seu doutorado em uma cerimônia de comemoração na Universidade de Hamburgo. Syllm-Rapoport fez em sua prova oral sobre o tema da difteria, assim como sua tese inicial de doutorado. Uwe Koch-Gromus, reitor da universidade da faculdade de medicina, disse: “Ela foi brilhante, e não só para a sua idade.”

Ela emigrou para os Estados Unidos em 1938 sem um diploma. Depois de se candidatar a várias universidades norte-americanas, ela finalizou sua licenciatura na Filadélfia e trabalhou como pediatra até se mudar com o marido para Berlim Oriental em 1952. Mãe de quatro filhos foi ainda a primeira chefe do departamento de neonatologia no Hospital Charité, em Berlim.

 

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