Uma das coisas mais difíceis que existe é compreender certos apsectos culturais pelo mundo.

Hoje, li esta matéria sobre as mulheres tatuadas da Argélia e me senti dessa forma, meio sem comrpreender, mas de certa forma fascinada por essas mulheres que vivem algo que para a maioria de nós é inimaginável.

Há decadas, algumas meninas do povo de Chaouia, nas montanhas Aures, tinham seus rostos tatuados como sinal de sorte e beleza. Algumas fizeram por iniciativa própria, outras foram forçadas pelos pais, familiares ou marido.

Contudo, essa tradição caiu em desuso e o que seria algo para se comemorar, já que não as submeteríamos mais a essas dores, tornou-se um problema: as tatuagens passaram a ser consideradas um pecado.

“Era a regra e a moda, para ser bonita tinha de ser tatuada e assim o fiz”, contou à Reuters Fatma Tarnouni, de 106 anos, que foi tatuada aos 10 anos de idade.

Porém, o islamismo condena marcas corporais e estas idosas passaram a ser alvo de discriminação e críticas.

 

“Eramos muito novas e mesmo que não tivéssemos um conhecimento extenso da religião estávamos longe de pensar que estávamos a cometer um pecado”, acrescentou Fatma Haddad, de 80 anos, que foi tatuada aos 18.

A crença local é de que elas serão punidas após a morte e uma cobra comerá seu cadáver. Muitas delas, em busca da redenção, abdicaram das suas posses e vivem o resto das suas vidas em privação material.

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Aisha Djelal, 73

“Senti que cada lágrima lavava um pouco das minhas tatuagens”.

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Khadra Kabssi, 74

“Fiz isso para ficar bonita para a independência do meu país. E todas as meninas da minha idade tinham tatuagens. Não acredito no que dizem. Se uma cobra quer comer meu corpo, tudo bem, já estarei morta mesmo. Não vou sentir nada.”

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Fatma Tarnouni, 106

“Serei punida por Deus e serei comida pela cobra no meu túmulo. Se eu soubesse que não era permitido pela minha religião, claro que eu não teria feito isso”.

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Djemaa Daoudi, 90

“Mesmo não tendo sido uma decisão minha, peço perdão a Deus. Doei tudo o que considero precioso, como minhas joias de prata e minhas roupas de lã, como oferenda para tentar ser perdoada”.

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Djena Benzahra, 74

“Ainda lembro, foi tão dolorido. Eu chorava, me recusava”.

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Khamsaa Hougali, 68

O“Minha sogra me sugeriu que eu me tatuasse para me trazer sorte depois da morte dos meus três primeiros filhos. Meu primo e minha cunhada me tatuaram. Eu tinha a intuição de que Deus me daria uma criança que eu queria e salvaria meu casamento. Não era aceitável que uma esposa não desse filhos ao marido. Acredite ou não, depois que fui tatuada eu tive seis filhos e estão todos vivos. Eu apenas segui a tradição dos meus ancestrais e foi por um bom motivo, já que salvou meu casamento.”

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Fatma Badredine, 94

“Agora queria remover a tatuagem, mas o médico me disse que na minha idade não seria possível”.

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