Toda semana o Plano Feminino trará histórias de mulheres incríveis que farão parte do Social Media Week compartilhando suas histórias e seus Planos. Paulinha Paz é executiva de Planejamento em uma agência de publicidade. Ela bateu um papo com a gente e falou sobre a sua trajetória profissional, contando um pouco sobre sua palestra no Social Media Week. Ela vai falar sobre Comunicação 360°, que contempla uma entrega estratégica de criação completa.

Até chegar à área de Planejamento, Paulinha pensou em seguir muitas outras profissões. Já quis ser professora, escritora, advogada, promotora pública, jornalista… Durante a faculdade de Jornalismo, ela descobriu a comunicação digital e assim acabou parando na publicidade.

“O caminho foi longo, mas tudo isso me deu experiências muito diferentes para que pudesse ter um olhar com nuances muito particulares. Me orgulho por todos os caminhos que passei, mesmo com tantos desvios. E ainda falta muito caminhar até chegar onde quero ser!”

 

Plano Feminino: Qual sua percepção sobre o mercado que atua? Como as mulheres estão inseridas nele?

Paulinha Paz: O Mercado Publicitário ainda é bastante separatista. Muitas mulheres no Atendimento, muitos homens na Criação. A linha invisível está mais visível do que nunca. Mas acredito que os gritos de empoderamento não serão silenciados e as novas gerações irão mudar os padrões que temos hoje.

Já percebo profissionais mais jovens que questionam essa divisão e querem fazer diferente. Também percebo o início de uma preocupação com questões de gênero e empoderamento dentro da publicidade, infelizmente mais para evitar crises do que por consciência social e humana. Mas já é um início, não é? O mais importante é que aconteça, neste momento. Inclusive, estou bastante satisfeita porque no SMWSP teremos várias mulheres com voz e o empoderamento feminino será tema em diversas palestras!

 

Plano: Conte sobre o tema que você levará para o SMWSP.

Paulinha: A escolha do tema foi interessante. Como profissional fora do eixo Sudeste, nós sempre acreditamos que estamos um passo atrás no mercado. Mas, conversando com colegas trabalhando em São Paulo e no Rio, percebi que em algumas questões ainda estamos engatinhando juntos. Uma delas é justamente o tema que proponho: a dificuldade em propor uma estratégia que funcione tanto no “offline” quanto no “online” (detesto essa separação, mas é só para compreensão didática).

A realidade que vivo no meu cotidiano é justamente de integração com o digital, não como núcleo, mas como meio, como ferramenta integrada pensando em uma Comunicação 360º, que contempla uma entrega estratégica completa. Por muito tempo, as agências “tradicionais” viram o crescimento das agências digitais e começaram a se aliar a elas, ou absorver suas demandas internamente, criando núcleos digitais. Percebo que esta realidade hoje está se invertendo, existe uma necessidade de “digerir” o digital no cotidiano e pensar nele com todo o resto.

Quero propor possibilidades para solucionar esta questão e encontrar caminhos junto com a galera bacana que vai assistir para melhorar o nosso mercado!

 

Plano: Qual seu plano e qual a dica para as mulheres ocuparem seus espaços por direito?    

Paulinha: Meu plano hoje é ter Paz, como meu sobrenome propõe. E isso implica alcançar objetivos pessoais, emocionais e profissionais. Quero chegar no ponto de poder ensinar aos outros o que aprendi enquanto também vou aprendendo. Quero escrever sem ser por obrigação. Ter menos não-lidos na estante e menos títulos a assistir na lista da Netflix. Tudo isso dormindo 8 horas por noite.
Mas ter Paz também implica em ser parte de uma sociedade que não me traga tantas aflições e suscite tanta desconstrução. E isso responde a segunda parte da pergunta: o momento de desconstruir é esse. Vamos falar, bradar, ensinar, reclamar, mostrar na prática o quanto somos competentes. E, quando cansar, repetir um mantra: Somos poderosas! E recomeçar, até que não seja mais necessário. Esse momento de luta será recompensado com dias de glória, já dizia Charlie Brown Jr. E minha Paz virá, plena, e não só minha! 😉

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