Dentro da bolsa, o telefone celular.

Carteira com documentos, dinheiro, cartões de crédito e centenas de contatos profissionais, pessoais ou de compra jamais usados.

Um porta moedas, itens de maquiagem diversos, lenço demaquilante, o.b., cartelinha de anticoncepcionais, agenda de telefone e mais fotos do que a bolsa e a memória poderiam suportar.

Uma sombrinha portátil e algumas contas a pagar.

Vasculhou furiosamente, os olhos vermelhos, as mãos crispadas, a boca tensa. Jamais encontrou o papelzinho com o telefone do moreno bonito da noite anterior.

Soltou o corpo na cadeira de espaldar alto do restaurante moderninho e fechou os olhos por um segundo.

Pagou a conta e partiu sem tocar a comida, deixando sobre a mesa o copo de água ainda gelado.

Da cozinha, o jovem chef observava a pantomima da estranha moça que havia conhecido na noite anterior. Em seu bolso, o telefone seguia sem tocar.

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