Yanar Mohammed escapou do terror e da repessão de sua terra natal, o Iraque, mas não pode esquecer das outras mulheres que não tiveram a mesma sorte, por isso, ela regressou e hoje dirige uma rede secreta de abrigos por lá.

Nesses locais ela ajuda fugitivas de sentenças de assassinato pela honra, sobreviventes de estupro, viúvas de guerra e entre outras tragédias a terem uma segunda chance de vida.

Ela viveu por 20 anos com o marido e o filho em Toronto, mas nunca esqueceu de sua casa. “Você já foi expulso da sua casa? Você sabe como é? Você tenta reconquistar seu lugar de uma forma ou de outra.”

Em 2003, depois da derrubada de Saddam Hussein, ela finalmente retornou. Quando chegou lá, viu uma situação ainda pior para as mulheres. “É impossível contar os passos para trás. Foram muitos.”

Ela ajudou então e fundar a Organização pela Liberdade das Mulheres no Iraque. “Para mim, os grupos islâmicos que estão lá são como a Ku Klux Klan nos EUA, ou os nazistas na Alemanha. No Iraque, eles queriam legalizar o casamento com meninas de até nove anos de idade. Como podemos viver com isso?”

Em uma reunião na ONU, ela os culpou e fez declarações como: “Dez anos atrás, mulheres iraquianas relataram ao Conselho de Segurança como estava a nossa situação. Como seria o Iraque hoje se vocês tivessem ouvido esse alerta e promovido um processo inclusivo no qual as mulheres e grupos minoritários estivessem totalmente envolvidos?”

Hoje, Yanar, de 55 anos, divide seu tempo entre Bagdá e Toronto.

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