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Na minha época de publicitária, eu adorava fazer entrevistas. Geminiana, não era do tipo que se acanhava ao conhecer o possível “novo chefe”.

Estranho, eu sei. Acho que a maioria das pessoas não é assim… Pelo menos, quando eu estava no papel de entrevistar, e não de entrevistada, eu sentia que era diferente. Mas em algumas raras excessões, algo ia muito errado. A sensação era de que eu não fazia a mínima ideia da razão de estar naquele lugar, conversando com aquela pessoa. Titubeava, tremia… frio na barriga, suor. “Gente, quem é essa pessoa que não consegue acertar seu próprio nome”?

Pois um dia, depois de um desses fiascos, cheguei em casa desolada. Abri uma garrafa de vinho e sentei no sofá. Passei alguns minutos olhando para o teto e tentando descobrir o que poderia ter acontecido até que meu marido chegou. Dividi com ele a experiência terrível e comecei a observar um sorriso no seu rosto. Daqueles sorrisos que dizem “eu sabia”. Isso me irritou ainda mais! Poxa, estou falando que fui mal e vc está rindo por quê? Percebendo minha irritação, ele perguntou: “Vc não sacou”? Sacar o quê? Saquei que tinha perdido uma boa oportunidade… poxa, o que eu deveria ter sacado?

Bom, ele disse que todas as vezes que eu ia para entrevistas sem ter arrumado o cabelo, eu voltava mal. Assim como minha insegurança com ele aumentava quando eu não tinha tempo de fazer uma escova! Caraca! Não é muito síndrome de Sansão? Pra quem nunca ouviu falar, Sansão é um homem bíblico cuja força estava no cabelo. Se fosse cortado, sua força acabava.

Sansão e eu, eu e Sansão. Separados por eras e unidos pelo cabelo! Desde então, comecei a observar mais meu comportamento e vi que essa insegurança que o cabelo não-feito me trazia era mesmo real. Então, comecei a entender melhor minha cabeça e sacar que ir ao salão fazer escova – ou fazer em casa mesmo – não era só uma bobeira de mulherzinha. Era um pequeno passo que poderia mexer com o resultado do meu trabalho. E perceber isso é muito bom. É lógico, não basta cuidar da aparência e achar que isso é suficiente. Mas, entender a beleza como uma ferramenta para aumentar nossa auto-estima é um passo maduro que damos em nossa vida, sacando sempre que ela é só um dos fatores que nos tornam uma mulher completa.

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