Estamos maravilhadas com tantos movimentos lindos pela real beleza das mulheres, pela oferta em ferramentas e conhecimento que ajudem todas nós a nos sentirmos empoderadas, confiantes e, mais importante, em plena aceitação com cada pedacinho nosso.

Quantas vezes nos identificamos de fato com os editorias de moda de revistas femininas? E não porque as modelos não sejam bonitas, mas porque elas não são a única beleza de encher os olhos e é o que falta nessas publicações: diversidade.

Sem falar nos conteúdos em si, além das imagens. Geralmente, são dicas que não cabem no bolso da maioria das pessoas e matérias de autoajuda, cuidar da casa e filhos, ou listas de como conseguir algo, como se houvesse uma fórmula mágica.

Nana Queiroz, jornalista e criadora da campanha Eu Não Mereço Ser Estuprada, cansou de encontrar apenas conteúdos que não eram produzidos para si ou para mulheres ‘reais’.

“Elas não eram feitas para o meu corpo ou para o meu bolso. Essa não era eu. Daí olhei em volta e vi que ela não era para nenhuma mulher que eu conhecia. As revistas não reconheciam ninguém que eu conhecia, nem as mulheres que trabalhavam na própria revista feminina”, desabafou Nana em entrevista ao Terra .

A solução? Criar uma revista feminina que falasse com e para todas as mulheres reais.

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Assim nasceu a Revista AzMina – Para mulheres de A a Z, uma publicação mensal, 100% online e gratuita.

Com um time de mais 8 mulheres, elas abriram um financiamento coletivo para viabilizar o projeto que busca ser uma publicação de entretenimento com jornalismo investigativo, ou seja, muito além de apenas dicas de moda e beleza.

“A nossa ideia é abordar todos os temas para que a gente não caia no erro das revistas femininas de hoje de achar que a mulher não se interessa por tema x ou tema y”, conta a jornalista sobre o projeto.

Uma curiosidade sobre o financiamente é que, se você colaborar a partir de um valor específico, fará parte do Conselho Editorial.

Editorias de Beleza

Além da diversidade, Nana já deixou claro que nenhum corpo terá Photoshop. Que os tratamentos digitais serão apenas para ajustes de luz e recortes.

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“Vamos estimular a beleza que cada uma tem. A cada edição a ideia é que mais mulheres sintam-se acolhidas e belas, porque o nosso compromisso é com elas. Queremos abordar o máximo possível a diversidade de corpos, contemplar corpos reais e evitar o consumismo, trazendo peças que as pessoas possam pagar”.

Sem fins lucrativos e estimulo ao consumismo

O projeto tem que conseguir R$ 50 mil até o dia 7 de junho para que sua produção seja viabilizada. Em apenas 10 dias, desde o início da arrecadação, mais de R$ 11 mil foram arrecadados.

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“A vontade de fazer uma revista que não deprima as mulheres depois de ler é muito grande. Quando colocamos o crowdfunding no ar, percebemos que existe uma sede para uma revista desse tipo, porque o projeto arrecadou cerca de mil reais por dia de captação, e recebemos muitos comentários das pessoas dizendo ‘ai que bom que você está fazendo isso'”, afirmou Nana.

Para as idealizadoras do projeto, essa questão do dinheiro também faz toda a diferença, pois uma vez que quem torna tudo possível é a colaboração das próprias futuras leitoras interessadas, em vez de se trabalhar para os anunciantes, como as atuais revistas fazem, seu único compromisso são com as mulheres reais, suas leitoras.

“As mulheres estão querendo um conteúdo que as represente, e a nossa ideia é justamente abordar o maior número possível de mulheres que se sintam contempladas nas nossas páginas”.

 

 

 

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