Resolvi me dar de presente uns dias de férias. Sair um pouco da rotina, esquecer os problemas, deixar o trabalho um pouco de lado e ter um tempo para curtir a mim mesma e a minha família. Foi assim que escolhi como destino a Praia de Itapuã, em Salvador. Já havia visitado Salvador outras duas vezes, mas tinha ficado mais próxima do centro, do agito, badalação, movimento e, desta vez, queria um lugar para relaxar e, embalada pela música de Vinicius de Moraes, resolvi passar algumas tardes em Itapuã, na Bahia.

Um lugar para ouvir o mar

Escolhi um hotel bem tranquilo, em frente à praia para meus dias de descanso. Assim me hospedei no Mar Brasil Hotel. Já havia visto algumas fotos, mas chegar lá é outra história. O hotel é bem aconchegante e confortável, mas o melhor dele é que foi construído junto à casa de Vinicius de Moraes! o/ Sim, isso mesmo! Aos amantes da música e literatura brasileira de plantão, como eu, isso por si só já é um grande prêmio.

Vinicius, ou Vina, como era chamado pelos amigos, construiu uma bela casa em Itapuã na década de 1970 para viver com sua esposa Gesse e lá permaneceu por 9 belos anos. Depois, o hotel comprou a casa, que hoje faz parte do restaurante do hotel, chamado de “Casa di Vina” e ao lado foi construída toda a parte onde ficam a recepção e quartos. Além disso, o hotel mantém um acervo pessoal do cantor com fotografias, peças de roupas, recortes de jornal e alguns objetos pessoais do cantor e poeta. É uma viagem no tempo e uma bela recordação.

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Como amante da música e da poesia de Vinicius, nem preciso falar que me apaixonei por cada detalhe, né? Em frente ao hotel, fica uma escultura de Vinicius, em uma praça que leva seu nome, onde ele está sentado, apoiado em uma mesa como se estivesse escrevendo. Ao lado, uma cadeira para os turistas tirarem fotos ao lado do poeta. Não tem como resistir! E acreditem, o tempo foi tão curto que não consegui tirar foto com ele. 🙁 #chateada

A praia de Itapuã é fantástica, tudo o que Vinicius falava em suas músicas mesmo. Areia branca e fofa com um mar transparente que dá gosto! Parte dela tem o mar bem agitado por causa de formações rochosas na praia, mas em outros o mar é bem calmo e forma algumas piscinas naturais, o que é uma delícia principalmente para quem vai com crianças como eu, que tenho um pequeno de 4 anos e que amou o lugar. O difícil foi tirar ele da praia.

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Ah, calor… para quem gosta, é o lugar ideal. Enquanto em São Paulo a temperatura beirava os 15 graus, em Salvador ela não saía da casa dos 30. Ou seja, sol, calor e praia todo dia! =)

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O sabor da Bahia

Quanto à gastronomia, a comida baiana é cheia de temperos, frutos do mar e muito azeite de dendê. Não tem uma comida baiana que não leve o tal azeite dos deuses e fica bom demais, viu?!Não tem como ir à Bahia sem provar o tradicional acarajé. Um dos mais conhecidos e mais gostosos é o Acarajé da Cira. É um sabor que não tem como explicar e confesso que me dá água na boca só de lembrar… hummm

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Outra coisa que experimentei na barraca da Cira e que eu nunca antes havia comido foi o bolinho de estudante. Ele é feito com massa de tapioca frita e passado em açúcar e canela. Um verdadeiro manjar dos Deuses! Para comemorar meu aniversário – sim, fiquei mais novinha enquanto estava lá (!) – resolvemos almoçar no famoso Pelourinho em um restaurante chamado Odoyá.

Decidimos pegar uma moqueca de lagosta com camarão. Bom, sem palavras! Comida muito boa, bom atendimento e opções de bons vinhos. Vale a pena conhecer.

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O que conhecer ?

E quanto aos pontos históricos, impossível não ir ao Mercado Modelo. Lá é possível encontrar de tudo um pouco para trazer para casa como lembrança da Bahia. Desde camisetas a pequenas lembrancinhas, bijus artesanais, quadros, berimbaus, atabaques e imagens de orixás, que são muito fortes na Bahia como herança cultural da época dos escravos.

O Elevador Lacerda também é bem interessante, liga a cidade baixa à cidade alta, onde fica o Pelourinho, de uma maneira bem rápida e fica ao lado do Mercado Modelo. E lá de cima a vista da cidade é muito bonita.

No Pelourinho há muitas lojinhas que vendem de tudo um pouco e também muitas igrejas históricas, que fizeram parte da colonização europeia. Inclusive uma toda feita de ouro por dentro, que é a Igreja de São Francisco. Lá dentro não é possível tirar fotos porque dizem que o flash pode oxidar o ouro. Mas sempre se vê algum espertinho com a máquina na mão.

Vale lembrar que, como na época a escravidão era o que movia a cidade, todas elas foram construídas por escravos, mas em muitas delas eles não podiam sequer entrar depois de prontas ou então, tinham um “puxadinho” para separá-los dos homens brancos. Triste, mas isso é parte da nossa história.

Também no Pelourinho, fica um grande ponto cultural da cidade, o teatro Miguel Santana que serve como sede do grupo Balé Folclórico da Bahia, que é uma companhia de dança que faz apresentações de danças folclóricas herdadas dos negros e que é conhecido mundialmente.

Assim, na apresentação tem uma demonstração da dança dos orixás, capoeira, maculelê, samba de roda, dança do fogo e puxada de rede. As apresentações acontecem de segunda, quarta, quinta, sexta e sábado, às 20h e o ingresso custa R$ 50. Vale a pena conferir.

Foram somente 4 dias, mas muito bem aproveitados e olha que ainda tem muita coisa que ainda quero ver em Salvador, porque pode não parecer, mas a cidade é bem grande, viu?! E aí, bora lá?

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