Aline Bertolozzi, como muitas mulheres, sonhava em ter um filho. Hoje, ela diz que tem um guerreiro, que luta pela vida com o apoio incansável da mãe.
Esta matéria é especial para mim. Eu e a Aline Bertolozzi trabalhamos juntas há alguns anos. Há cerca de 1 ano, eu soube que ela realizava um grande desejo, que era engravidar. Mas que também estava preocupada com o bebê, que tinha um problema congênito.
O Léo nasceu e com ele uma história inesperada de superação, esperança e muito, muito amor, que se transformou na campanha #JuntosPeloLeo. Essa iniciativa se espalha pelas mídias sociais para arrecadar fundos e tornar possível o grande sonho de Aline: um tratamento para o Léo, feito apenas nos Estados Unidos, ao custo de US$ 1,5 milhão. Aline conta tudo isso em entrevista para o Plano Feminino.
Plano Feminino: Aline, vou pedir para você apresentar a história do Léo para quem não conhece. Como vocês descobriram a condição dele, o que foi feito etc.
Aline Bertolozzi: Eu e o Rodrigo queríamos muito ter um filho. Quando descobrimos que eu estava grávida foi a melhor notícia de todos os tempos. Tudo estava indo bem, até que em um ultrassom foi identificado um problema. Fizemos exames, descartaram muitas possibilidades até que enfim veio o diagnóstico de Atresia de Traquéia (má formação da traquéia que obstrui a respiração), um diagnóstico muito ruim, pois os bebês não costumam sobreviver com isso.
Nossa sorte foi estar com bons médicos, que nos ajudaram a tornar possível o nascimento do Léo fazendo a cirurgia ainda no útero. Tudo deu certo e comemoramos, achando que tínhamos resolvido tudo. Porém, veio o susto do parto prematuro, com 25 semanas, quando os órgãos ainda estão em formação. Mesmo reagindo bem, depois de 1 mês o Léo teve Enterocolite necrosante (inflamação e necrose do intestino) e com isso passou por 2 cirurgias para retirada do intestino delgado.
Plano: Qual foi o momento mais difícil e como vocês conseguiram superar?
Aline: A notícia da retirada do intestino do Léo, dada pelo médico na porta do centro cirúrgico. Os médicos não nos deram muita esperança, pois o quadro clínico no Léo não estava bem. A notícia caiu como uma bomba. Por dias e dias tivemos muito medo de perder o Léo, mas nunca nos faltou fé. O quadro grave se estendeu por dias, mas um dia resolvemos virar a mesa e dissemos que, “se o Léo está vivo vamos viver a vida dele”, e passamos a fazer de todos os dias, dias únicos. Eu cantava para ele, segurava em sua mão e sempre dizia coisas positivas – que tudo estava bem, que eu tinha orgulho dele, da força para ele continuar assim – e, aos poucos, ele foi melhorando.
Plano: Sabemos que a sua vida mudou totalmente com a chegada do Léo, muito mais do que uma mãe poderia esperar. De onde você tira as forças?
Aline: A vida realmente mudou bastante, mas encontro forças no próprio Léo. Quando ele sorri ou quando ele me procura para fazer dengo tenho a certeza absoluta de que estou no caminho certo. Sei que ninguém gostaria de passar por isso, mas dentro de toda a situação tento fazer como se fosse tudo normal, eu digo que encaro como se aqui (no hospital) fosse o quarto do Léo, com tudo o que ele precisa.
Plano: E como nasceu a ideia da campanha #JuntosPeloLéo?
Aline Bertollozi: Depois que o Léo foi melhorando eu iniciei as pesquisas das possibilidades de tratamento, descobri que em Miami tem a maior taxa de sucesso neste tipo de transplante e fui atrás de conseguir falar com o médico. Depois de ter feito contato e falado do Léo ao médico eu ficava noites pensando em como conseguir o dinheiro.
Ideias absurdas passavam na cabeça. Fui atrás de algumas pessoas que eu conhecia, ninguém se interessou. Mas uma amiga muito querida e especial me ajudou e contatou a agência “Atrás da Moita” e na hora o Vitor e a Jessica toparam fazer o vídeo. Assim começou a campanha.
Plano: Como está a evolução do Léo hoje? A campanha é um estímulo?
Aline: O Léo agora está com 9 meses, começamos a campanha quando ele tinha 6 meses. De lá para cá, ele evoluiu muito: cresceu, engordou… e eu acredito que isso acontece porque agora temos muitas pessoas rezando e torcendo com a gente. A campanha me dá muita força, recebo muitas mensagens de carinho, oração, ajuda. Enfim, tudo o que precisamos.
Plano: Imagino que o apoio da família também tem sido fundamental.
Aline: Minha família é demais, todos muito envolvidos. Minha mãe, minha irmã e meu irmão são superativos e cuidam de tudo enquanto eu cuido do Léo. Meus primos e tios montaram um grupo e ajudam muito, fazem rifas, contatos importantes entre outras coisas. O Rodrigo é um superpai, ele faz todos os cuidados com o Léo, não deixa de vir um dia no hospital. O Léo é muito apegado a ele.
Plano: E a sua rotina, como é?
Aline: O Léo saiu da UTI há poucas semanas. Agora, no quarto, ficamos juntos 24 horas, é simplesmente a melhor experiência da minha vida! No quarto dormimos na cama juntos, a rotina é intensa, mas é sensacional, me sinto mais mãe agora. Antes, na UTI, eu chegava por volta das 7:30 da manhã e só ia embora por volta das 23h, esperava o Rodrigo chegar do trabalho e curtir o Léo.
Esse era nosso momento família, das 19 às 23h, quando eu trocava a última fralda, fazia nossa oração, prometia algo possível para o dia seguinte e dizia um até logo. Sempre prometia algo possível porque acredito que na vida temos que ter sonhos, desejos. Uma vida sem sonhos não é uma vida.
Plano: Algum recado que você queira deixar para outras mães que passam por situações difíceis?
Aline: O que eu sempre digo para todas as mães que passam por momentos difíceis, sejam eles quais forem, que sempre tenham fé e confiem em seus filhos, para sempre se manterem fortes, somos a referência para eles. Confie na equipe médica, não desistam por nada, pois enquanto houver 1% de chance para os médicos, para nós mães isso é 100%. Eu ouvi do médico que todos os bebês que tinham Atresia não nasciam. O Léo nasceu, está aqui contrariando e contribuindo para a medicina, superação pura.
Hoje, o Léo é alimentado com uma fórmula injetada diretamente em sua veia. Ele se adaptou e tem crescido numa luta diária, mas esse tipo de nutrição não garante uma sobrevida maior do que 10 anos. Então, o Plano é #JuntosPeloLeo. Participe e faça sua doação de qualquer valor:
Banco Itaú (código do banco: 341)
Ag. 6241
C/C 05482-1
Aline Bertolozzi (mãe do Léo)
CPF: 289-298-628-10
No PayPal: [email protected]
Acompanhe pelo Facebook e participe dos eventos para arrecadação de fundos, como shows e bazares (eles aceitam doação de produtos): www.facebook.com/juntospeloleo . Divulgue com a hashtag #JuntosPeloLeo.