A luta pela equidade parece que não vai terminar tão cedo. Nova pesquisa sobre remuneração mostra que ainda há uma grande diferença salarial entre homens e mulheres em empresas da indústria e serviços.
A pesquisa é parte da Aliança para o Empoderamento das Mulheres e mostra a situação atual de cargos e salários dentro das empresas. A Aliança surgiu em 2011, de uma união de diversas empresas, que tem o objetivo de desenvolver práticas que favoreçam o aumento da representatividade feminina no mercado corporativo. Tudo isso alinhado com os sete Princípios para o Empoderamento da Mulher criados pela ONU.
Foi feito um levantamento com mais de 40 mil funcionários de grandes empresas, onde 42% do quadro é composto por mulheres.
Salário
A diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil chega a 22%. Na Europa, o país com maior diferença de salários é a Alemanha, com 22%. Já no Reino Unido, a diferença é de 16% e nos Estados Unidos 18%. Em cargos de direção, a diferença aumenta para 27%.
Áreas
Em cargos administrativos e operacionais, a diferença salarial é de cerca de 21%. Quando passamos para a área comercial, esse número aumenta bastante, chegando a 45%. As áreas onde as mulheres estão mais presentes são as de Recursos Humanos e Desenvolvimento Organizacional, com 74% de participação, Economia, Finanças e Administração, com 62%, Planejamento, Comunicação e Informação, com 61% e a área de Tecnologia da Informação, é onde vemos menor número de mulheres, com somente 38%.
Escolaridade
As mulheres representam 69% com formação no ensino superior, enquanto homens são 78%. A diferença de salário entre homens e mulheres com formação, é em média de 6%.
Estado Civil
Entre as mulheres analisadas, 48% são casadas, 32% são solteiras e 20% se declaram como divorciadas, viúvas ou outro. Entre homens e mulheres casadas, a diferença salarial é de 9%, já entre os solteiros, aumenta para 10%. Quem se declara como divorciado, viúvo oou outros, tem uma diferença salarial de 5%.
Mas, a maior diferença fica quando é comparado o salário de homens casados e mulheres solteiras, chegando a 25%.
Filhos
Nas empresas avaliadas, 56% das mulheres não têm filhos, mas a diferença existe. Entre homens e mulheres com filhos a diferença salarial é de 17% e, entre quem não tem filhos, é de 10%.
Faixa etária
A idade também influencia muito na diferença salarial, com uma discrepância de 58% em pessoas com mais de 60 anos. Entra 31 e 35 anos, a diferença é bem menor, 0,2%.
Tempo de empresa
Apenas 3% dos homens e 2% das mulheres, têm mais de 35 anos na empresa e, neste quesito, a diferença salarial entre os sexos chega a 64%.
Plano de carreira
As chances de ter ascensão profissional dentro de uma empresa é 33% superior às das mulheres. Nos planos de sucessão, os homens continuam em vantagem, sendo 41% superior às mulheres.
Como é possível perceber, as mulheres continuam em grande desvantagem em equidade de gêneros e diferença salarial nas companhias. O machismo precisa ser combatido com muita força ainda no mercado de trabalho.
Vemos algumas pequenas mudanças acontecerem, vemos companhias que estão investindo na equidade, mas, no todo, percebemos que caminhamos ainda a passos de tartaruga.