Estava reclamando sobre as calorias que tinha ingerido no final de ano e toda a comilança que existe neste período, quando apareceu em minha timeline, a história de Lizzie Velasquez. Uma garota com problemas genéticos que a impediam de engordar. Olha só isso! A gente vive brigando com a balança e pedindo para que as calorias se transformem em púrpurina, mas isso era tudo o que a Lizzie gostaria e não tem. Ela precisava só um pouquinho das calorias que a gente tanto rejeita.

Lizzie nunca passou dos 62 quilos e sempre sofreu bullying na escola.  Ainda no colégio, ela descobriu que haviam produzido um vídeo sobre ela com o título “A mulher mais feia do mundo”  e sabe o que ela fez com isso?  Nos desafiou a amar mais a gente mesmo.

Ela se amou mais. É! Ela não fez um vídeo resposta, não brigou na justiça, não se trancou no quarto para chorar como se não houvesse amanhã, não tomou tarja preta. Ela apenas se amou mais. É o amor próprio. Aquele que faz a gente parar de sofrer pelo o que não importa, que levanta a gente todos os dias e faz a gente vestir a melhor roupa, se maquiar, passar um perfume gostoso. Tudo só pra gente. É meio que egoísta mesmo. Um amor exclusivamente nosso por nós mesmas. Um amor cada dia mais raro.  Sem interferências de revistas e propagandas que ditam padrões de beleza surreais.

Eu penso que TALVEZ, se a gente tivesse ao menos uma pequena dose deste amor próprio que invade a alma da Lizzie todos os dias, seríamos menos amargas.  Menos patéticas na busca pelo corpo perfeito, pelo sorriso mais branco, pela piada mais engraçada, pelo maior número de seguidores. Talvez seríamos mais especiais e até mais belas. Talvez possamos nos tornar a ser. Talvez.

 

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