GORDA! Essa é uma das palavras mais recusadas – se não a mais – no vocabulário feminino. No diminutivo pode até ser aceita, mas na maioria dos casos é vista como xingamento e causa arrepios até na mais segura das mulheres (para não adentrar ao universo masculino). A influência do fator peso não interfere somente nas sensações e na linguagem feminina, pelo contrário, uma pesquisa do Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas revelou informações preocupantes sobre o assunto.
A primeira afirmação é que as meninas acima do peso iniciam a vida sexual mais cedo, normalmente antes dos 13 anos, devido à baixa autoestima e como estratégia para “amarrar” os parceiros. O estudo ouviu mais de 20 mil adolescentes e também verificou que elas possuem muitos companheiros sexuais e poucas, vejam bem, usam camisinha durante as relações.
Respeito
Especialistas afirmam que a mulher obesa é, ainda, pouco respeitada na sociedade e em casa, daí a justificativa para o grande número de separações conjugais envolvendo-as. Ainda são vistas, por parte da sociedade – preconceituosa e ultrapassada –, como ansiosas, comilonas e preguiçosas. Na rotina das gordinhas, os pré-julgamentos se tornaram comuns e muitas já desenvolveram verdadeiras armaduras para lidar com tais desaforos. Não adianta negar, a obesidade pode até ser um problema estético… e é de fato um grave problema de comportamento social.
Nova geração
A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) traçou um perfil das brasileiras e constatou que, em dez anos, os números quase dobraram. Mais de 9% das mulheres consultadas em 1996 eram consideradas obesas; em 2006, o índice saltou para 16%. Doenças causadas pelo excesso de peso à parte, a sociedade está em transformação e uma nova geração de mulheres seguras, amantes de si mesma e fora do peso acaba de surgir.
Ao observar suas peculiaridades, as gordinhas têm encontrado mais pontos favoráveis do que negativos. Ao “chutar” para escanteio as celulites, as estrias e os pneuzinhos, elas têm percebido o quanto podem ser sexy, inteligentes, atraentes e valorizadas. Aprenderam a escutar e acreditar nos elogios das amigas e também dos homens, por que não.
Ergueram a cabeça e se depararam com o olho no olho, deixaram-se envolver por verdadeiras paixões, daquelas que começam com olhares intermináveis. Se a cirurgia bariátrica não é um caso de saúde – de recomendação médica –, para que fazer uma intervenção cirúrgica tão delicada? Somente para seguir os padrões que criticam as gordinhas? Não, melhor não.