Desde que me entendo por gente sonho em ser mãe. Tenho uma veia materna muito apurada. Como a maioria das meninas, brincava muito de bonecas e me via adulta com um filho no colo. Cresci, amadureci, conheci o amor da minha vida e, depois de 4 anos de casamento, sentimos que havia chegado a hora de termos um filho.
A gravidez foi planejada e foi tudo uma delícia de viver. Não tive enjoos, engordei 9 kilos durante toda a gravidez e o parto foi tranquilo. Mas, quando o médico veio me dar alta, bateu aquele frio na barriga. Claro que eu estava louca pra ir pra casa e colocar meu lindo Theo no quartinho que preparamos com tanto amor, mas eu também sentia medo.
Mãe de primeira viagem, não sabia o que esperar com um bebê tão pequenino que, dali pra frente, dependeria totalmente de mim. Por isso o medo. Medo de pensar se eu daria conta, medo de não conseguir amamentar, medo de não saber identificar o que ele queria ao chorar, medo da vida, medo do que viria depois.
As mulheres normalmente são criadas para a maternidade. Mas isso é uma coisa que não se ensina, só se aprende na prática. E eu, como a maioria das pessoas, aprendi. Sofri com os choros noturnos, com as cólicas, a um ponto em que às vezes chorava junto porque não sabia mais o que fazer e também pelo cansaço de não conseguir dormir à noite e saber que mais um dia de cansaço viria. O início foi complicado, estava exausta.
Sofri ao voltar a trabalhar e deixar meu pequeno aos cuidados da escola com apenas 4 meses, mas sabia que era necessário para que ele tivesse uma vida melhor do que a que minha mãe pôde me dar quando criança e com isso aprendi que o eterno sentimento de culpa também faz parte do mundo das mães. Sofri quando parei de amamentá-lo no peito. Sofri com as inúmeras vezes que ele adoeceu e tive que correr para o hospital de madrugada ou mesmo no meio do dia, tendo que sair correndo do trabalho.
Minha vida deu um giro de 360 graus, tudo mudou de uma hora pra outra e ninguém me falou que seria assim, ninguém falou que seria difícil essa fase de adaptação com um novo bebê em casa. Isso eu aprendi sozinha, aprendi no dia a dia, nos cuidados com ele, na minha rotina sempre tão corrida.
Mas, uma coisa que eu também aprendi, é que um sorriso dele tiraria de mim qualquer dor, que vê-lo tão quentinho, perfeitinho, encheria meu coração de um amor tão grande, que eu jamais imaginei que pudesse existir.
Ninguém me falou que, como uma manteiga derretida, eu choraria quando ele dissesse mamãe pela primeira vez ou quando passasse a mão no meu rosto e dissesse eu te amo; ou ainda, que eu me derreteria nas festinhas da escola, quando ele aprendesse a escrever seu próprio nome, identificar palavras, contar de 1 a 10 em inglês ou simplesmente quando, aos 4 anos, me dissesse: mamãe, você é a minha princesa.
Ninguém me disse que, apesar das dores, a maternidade traz inúmeras, infinitas delícias que me fazem sentir o coração bater mais forte simplesmente por transformar todo esse sentimento que tenho em palavras digitadas. Meu sentimento, meu amor, traduzidos em palavras.
Sou nova nesta grande montanha russa que é ser mãe. O Theo logo completa 5 anos e está no auge de seu aprendizado na escola, cheio de alegria e energia. Sei que muita coisa ainda me espera nos próximos anos e continuo sentindo medo do que está por vir mas, aproveito cada minuto do meu hoje com ele: brinco, aperto, faço cócegas, porque ser mãe do Theo me deixa completamente feliz e realizada. E o que vem pela frente? Só o tempo dirá. O que eu quero mesmo é que ele seja feliz!
Lindo texto! Ser mãe é bem isso, é ter medo do amanhã, mas viver intensamente o hoje, é se derreter com um sorriso e se estressar com as birras e por aí vai. Mas não há felicidade maior!