A atriz Regina Duarte deu uma declaração nada agradável nas suas mídias. A respeito do candidato Jair Bolsonaro, ela disse “Ele tem uma alma democrática”, garante Regina, que interpreta as declarações consideradas homofóbicas e racistas do candidato como frutos de um homem com um “humor brincalhão típico dos anos 1950, que faz brincadeiras homofóbicas, mas que são da boca pra fora, coisas de uma cultura envelhecida, ultrapassada”.

Ela ainda completa: “um jeito masculino que vem desde Monteiro Lobato, que chamava o brasileiro de preguiçoso e que dizia que lugar de negro é na cozinha. (…) Foi quando notei o tamanho da adesão desse país ao Bolsonaro e pensei: eu sou esse país, eu sou a namoradinha desse país.”

A questão que queremos apresentar aqui, é que a declaração de uma pessoa conhecida como a atriz, pode levar muitas pessoas ao erro. É impossível conceber que falas racistas, misóginas, homofóbicas reflitam “apenas uma brincadeira”. Isso não é uma brincadeira. 

 

 

Regina Duarte

 

 

Pessoas morrem por conta do racismo. Pessoas são agredidas por conta da homofobia. Mulheres, homens, gays, trans, lésbicas, negros… todos sofrem diariamente com palavras, agressões das mais variadas formas e muitos chegam a morrer por conta de atitudes e de falas como a do candidato que, por alguns, são consideradas como atitudes “brincalhonas”.

Para Thais Fabris, fundadora e diretora da 65/10, consultoria especializada em comunicação para o público feminino, a fala da atriz reflete o pensamento da sociedade com privilégios: “Regina Duarte tem a fala de uma mulher branca heterossexual privilegiada, que pode relativizar a violência contida nas palavras de Bolsonaro. Soa como uma pessoa de outro tempo que, como seu candidato, não se adaptou aos dias de hoje.”

Estamos há muitos anos lutando contra o preconceito, contra o racismo, contra o machismo, contra a homofobia. E essa luta não será em vão. Nosso papel é mostrar às pessoas o quanto esse tipo de declaração é séria e afeta toda uma sociedade minorizada e constantemente discriminada, marginalizada.

Mulheres, gays, trans, lésbicas, negos… todos mostramos, dia após dia, que somos resistência. Continuaremos nossa luta, porque esse tipo de “brincadeira” não só nos ofende, mas nos machuca, nos mata e é exatamente esse tipo de atitude que queremos derrotar. Não iremos nos calar, não iremos mais sofrer as consequências desse tipo de fala.

 

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