A Aliança pela Saúde e Pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil foi anunciada na semana passada, fruto de uma parceria do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com alguns órgão filantrópicos e representantes do setor privado, com a finalidade de promover a saúde e garantir os direitos sexuais e reprodutivos da mulher no nosso país.

A primeira ação desta aliança é a campanha “Ela decide seu presente e seu futuro”, que mostra as mulheres como donas de si e que podem fazer valer qualquer decisão em relação ao seu corpo, sexualidade e reprodução, realmente colocando todas as mulheres como protagonistas de sua vida. Assim, a campanha mostra que é a mulher quem deve decidir sobre o que fazer com a sua vida sexual e também decidir quando e se quer ter filhos.

 

 

Pra divulgação da campanha, terão vídeos nas redes sociais com várias dicas e informações sobre sexualidade e reprodução com foco na saúde feminina. Tudo isso será feito de uma forma bem didática e com uma linguagem simples e prática, pra que meninas e mulheres possam ter acesso às informações e que seja de fácil compreensão pra todas.

O Fundo de População das Nações Unidas reforça que a igualdade de gênero, direito `saúde e direitos sexuais são essenciais para que uma sociedade se desenvolva bem, de forma mais justa e igualitária e, pra que isso aconteça, é necessário envolver toda a população nessa luta e cobrar os nossos representantes políticos. Além disso, ainda tem a questão de acabar com a desigualdade e lutar por ambientes que são mais propícios para o crescimento pessoal e profissional da mulher.

Na semana passada, quando foi lançada a aliança, uma roda de conversa entre mulheres incríveis colocou as pessoas pra pensarem em todas essas situações. A jornalista Luciana Barreto mediou a conversa com Beatriz Galli, da organização não governamental IPAS; Ilka Teodoro, da ONG Artemis; Gabi Oliveira, youtuber do canal De Pretas; Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza; Rachel Maia, ex-presidente da Pandora Joias; e Rossana Pulcineli, da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SPGESP). Só mulheres incríveis, cheias de coisas pra falar sobre este nosso universo ainda tão repleto de preconceitos. A jornalista Luciana ressaltou ainda a importância do protagonismo da mulher negra, que, como a gente bem sabe, é a mais vulnerável às violações de diretos humanos.

A youtuber Gabi Oliveira disse que não é só a falta de informação que gera o não planejamento de uma gravidez. “A perspectiva do empoderamento, sobretudo para as jovens, é essencial”.

 

Evento “Ela decide seu presente e seu futuro” no Instituto Tomie Ohtake, em SP, no dia 26 de abril. Crédito: Carol Mendonça

 

A atriz Bella Piero também declarou que uma campanha como essa pode ser transformadora para as meninas e adolescentes, pra que elas saibam o que fazer quando algo como um abuso acontecer, quem procurar pra não permitir que esse tipo de coisa volte a acontecer. “Sendo porta-voz da Laura (novela “O Outro Lado do Paraíso”), é triste constatar o abuso dentro de casa. São adultos que tiram o direito das escolhas dos jovens. Isso mexeu comigo, mas é uma personagem que inspirou as vítimas a denunciar. É fundamental se engajar”.

Além disso, tem outras questões também como em pontos relacionados à maternidade, sobre sua saúde e seus direitos como mulher. A reflexão sobre violência obstétrica, por exemplo, é algo muito importante. Esse tipo de violência acontece por meio dos profissionais de saúde com maus tratos à mulher na hora do parto, tanto físicos ou psicológicos e que trazem muitas vezes sérias consequências para a vida destas mulheres. “Temos que reconhecer esse problema, que atinge especialmente mulheres negras e indígenas, para avançarmos como sociedade”, diz Ilka Teodoro.

Dar protagonismo, voz e vez às mulheres é extremamente importante para o crescimento igualitário da sociedade. Além disso, precisamos acabar também com a desigualdade de raças e gênero com uma grande mobilização da sociedade. Devemos continuar fazendo valer os nossos direitos, mostrar que somos nós quem decidimos o que fazer com nossos corpos, com nossa vida sexual e se queremos ou não engravidar. Isso é um direito nosso, como mulher e como ser humano, por que ainda parece tão difícil?

 

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