“Porque eu sou um HOMEM”, esta foi a resposta de um garotinho, que estimulado a bater em uma garota, falou sem titubear. O vídeo desta campanha, criada por um jornal italiano, mostra que a violência contra a mulher – definitivamente – não está nos planos de meninos, de crianças. O Fanpage.it procurou por garotos pelas ruas para promover esta experiência e a resposta deles aos estímulos de violência nos faz acreditar que nem tudo está perdido. Pelo menos no mundo das crianças. Mas temos muito o que avançar. EM TUDO!

Gostei do vídeo, mas claro, que independente de ser ou não mulher, o caso violência tem de ser repudiado em todos os sentidos.  A resposta deste garoto mostra um tema que precisa ser observado e discutido com cuidado: crianças ainda são educadas como se homens fossem mais fortes que mulheres.  Se fosse um garoto que estivesse bem na frente deles, talvez as respostas aos estímulos seriam diferentes. Um dos garotos respondeu o que considero a melhor forma de encarar este tipo de atitude a que foram expostos: ” I’m against violence”. É isso! Gostaria de entender mais sobre a ideia desta campanha e sua repercussão, já entrei em contato com a equipe que produziu e compartilho com vocês assim que receber uma resposta.

Mas falando sobre os números perturbadores de agressões às mulheres, são milhões, em todo mundo –  vítimas de violência e covardia, todos os dias. Os números são cada vez mais alarmantes e as delegacias especializadas estão cada vez mais abarrotadas de casos a serem “resolvidos”. Triste, perigoso para a sociedade. As mulheres que são violentadas de diversas formas – física e emocionalmente – muitas vezes não chegam a formalizar a denúncia. Muitas vezes amam demais seus algozes, e de menos a si mesma. Outras vezes, sentem medo, desemparo.

O Brasil está  em 7º lugar do ranking de países com maior incidência criminal contra o sexo feminino. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Avon no final do ano passado, mostrou que 3 em cada 5 mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos. Muitas delas, segundo estas pesquisas, não acreditam que a Lei Maria da Penha as protejam efetivamente de seus agressores – e então, elas se calam.

Estas mulheres precisam de ajuda, de empoderamento. Precisam de uma luz. De alguém que mostre a elas que é possível sair da caverna, do poço sem fundo. Precisam se reconhecer como ser humano, como alguém que pode muito e tem valor.

De janeiro a junho de 2014, o serviço de atendimento Ligue 180, da SPM-PR, realizou 265.351 atendimentos, sendo que as denúncias de violência corresponderam a 11%. Em 94% deles, o autor da agressão foi o parceiro, ex ou um familiar da vítima. Os dados mostram ainda que violência doméstica também atinge os filhos com frequência: em 64,5% das agressões, os filhos presenciaram a violência e, em outros 17,73%, além de presenciar, também sofreram agressões.

Talvez a educação seja o caminho para diminuir este tipo de situação. Talvez esta cena esteja se repetindo de geração em geração – filhos reproduzindo os atos de seus pais violentos. São hipóteses, mas isso precisa parar. E ver um vídeo como este, me faz pensar para onde estamos caminhando. Como será o relacionamento entre homens e mulheres nas próximas gerações. De nossa parte, o plano é empoderar cada vez mais as mulheres e fazer com que elas encontrem seu espaço, seu valor, sua justiça. Que a gente caminhe juntos, lado a lado, independente de gêneros, crescendo com nossas diferenças e respeitando uns aos outros.

 

 

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