Já foi cientificamente comprovado que dois fatores são os que mais influenciam no surgimento ou não de tumores no organismo: estilo de vida aliado ao ambiente em que vive e a hereditariedade. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, o Inca, o câncer é a segunda causa mais frequente de mortes no Brasil. Ainda segundo a instituição, há a previsão para 500 mil novos casos de câncer somente este ano.
Fernanda Leve, doutora em oncologia pelo Inca, e coordenadora de um grupo de pesquisa do câncer de cólon na instituição, conta que a principal forma de prevenção é evitar os fatores de risco. “Vírus, carcinógenos químicos, cigarros… Porque em termos de terapêutica a gente ainda precisa de muito desenvolvimento”, conta.
Um dos fatores que aumentam a probabilidade do desenvolvimento da doença é o estilo de vida inadequado. Alimentação, sedentarismo, estresse são agentes que podem levar à doença. Nas mulheres, os dois tipos mais decorrentes de câncer são o de mama e o de cólon de útero.
No caso do câncer de mama, segundo Fernanda, um dos fatores que agravam a doença no Brasil são os problemas de diagnóstico. “Se a gente falar de capitais, é meio estranho falar que as mulheres não frequentam o médico, não fazem autoexame, mas se você levar em consideração o Brasil grande como é, e pensar em uma cidade pequena do interior, essas mulheres não tem acesso realmente”, ressalta. Ela acrescenta que o câncer de cólon de útero não deveria ter a ocorrência tão elevada, já que o agente etiológico é bem conhecido e, inclusive, tem vacina. “A falta de realizar os preventivos ajuda também a elevar essa incidência”, completa.
Hereditariedade e grupos étnicos
Um dos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer é a hereditariedade. A chance de uma pessoa que tem um caso na família é grande, porém não é por causa disso que necessariamente desenvolverá a doença. Segundo Fernanda Leve, esses fatores herdados precisam de uma outra mutação somática para serem desencadeados.
Também existe a suscetibilidade a câncer em determinadas populações. “Temos exemplos de uma população judaica chamada Askenazi, que tem uma incidência muito maior de câncer de mama e ninguém sabe ao certo o porque. São polimorfismos na população mundial que estão ligadas a alguns grupos étnicos”, explica a pesquisadora.
O Inca na prevenção e tratamento do câncer
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) trabalha na prevenção do câncer, sua descoberta precoce e conta também com um centro de pesquisas, inaugurado há cerca de 10 anos. Segundo Fernanda Leve, coordenadora de um grupo de pesquisas da instituição, a instituição ainda está no começo das descobertas científicas.
“O principal foco da pesquisa de lá é a pesquisa básica, quase não tem pesquisa clínica. Tem um pouco, mas ainda pe