Aconteceu no final de semana passado, 30 e 31 de julho, a 5ª edição da CASA Tpm, evento da revista TPM que tem por finalidade empoderar a mulher por meio de ações e diálogos. Este ano o pessoal da TPM se superou, tanto na escolha das palestras e palestrantes, como de parceiros e artistas que abrilhantaram o evento. Resultado? Ingressos esgotados em tempo recorde, casa lotada, boas críticas, ansiedade para a próxima e muita saudade dos momentos especiais que rolou por lá.

A programação dos dias começava por volta das 14h e terminava com um show musical no final da noite, sendo Maria Alcina e Fafá de Belém no sábado – encontro inusitado e repertório mais ainda, desde Cássia Eller, Titãs, Rita Lee, Gal Gosta até Pitty e Iron Maiden; e o surpreendente Liniker fechando a programação no domingo.

A Casa rolou em um tradicional casarão no Pacaembu, onde antigamente abrigava um clube de cavalheiros que se reuniam ali para discutir política e a entrada de mulheres era proibida. Emblemático, não é? Além do salão principal, onde aconteceram os eventos maiores, havia outros espaços destinados a palestras menores e ações das marcas parceiras , além de opções de comes e bebes no jardim e piscina da mansão.

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A atriz Taís Araújo, a filósofa e Secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Djamila Ribeiro, e a filósofa e psicanalista Viviane Mosé
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Milly Lacombe media a mesa “Mulher adora sexo”, com Lia Bock, redatora-chefe da Tpm, a escritora Carol Teixeira e a atriz Nicole Puzzi
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Você já foi violentada hoje? Para falar sobre o tema, Renata Leão, diretora de núcleo da Trip Editora, convidou ao palco a cantora Fafá de Belém, a roteirista Antonia Pellegrino e a filósofa Marcia Tiburi

As palestras do sábado começaram já fazendo a mulher (a maioria do público é feminino) parar e refletir sobre sua atual condição. A filósofa Viviane Mosé, a atriz Taís Araújo e Djamila Ribeiro, nossa atual secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo deram o pontapé inicial debatendo sob o tema Ser mulher em 2016, o que mudou pra gente?

Na sequência vários outras palestras abordaram os assuntos: violência contra a mulher, construção e desconstrução da beleza, sexo e mulher na política. Mas não foram discussões banais, foram debates intensos, com a participação da plateia e com um time de debatedoras incrível, como Jéssica Ipólito (blogueira), Carol Teixeira (escritora), Vanessa Rozan (maquiadora), Giuliana Tatini (diretora de núcleo da Trip Editora), Mara Gabrilli (deputada federal), Ilona Szabó (cientista política), Tata Amaral (cineasta), as cantoras Fafá de Belém, Tiê Xênia França, Milly Lacombe (colunista),  Lia Bock (redatora-chefe da Tpm), a atriz Nicole Puzzi, Marcia Tiburi (filósofa), o casal Eme Viegas e Jaque Barbosa (Casal Sem Vergonha) e outras.

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O público interage com os temas das mesas

Algumas das questões levantadas e debatidas foram: qual é seu maior prazer em ser mulher? Somos aquilo que os outros veem ou o que escolhemos para nós? Descriminalização das drogas e do aborto no Brasil. Como gozamos e como queremos gozar? É possível viver em um mundo completamente livre da cultura do estupro? Ufa! Mas este foi apenas o primeiro dia. Domingo teve mais.

 

Segundo dia: Domingo, 31/07

A Casa começou com fila para a apresentação de A Casa dos Budas Ditosos, com a megaexigente Fernanda Torres.

O bate-papo do dia girou em torno de temas como envelhecimento, maternidade, mercado de trabalho, condição da mulher negra em 2016 e questões de gênero. Assuntos totalmente integrados ao universo feminino. E quando temas como esses são debatidos por pessoas interessantes e com bagagens tão diversas, tudo fica ainda melhor.

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Fernando Luna, diretor editorial da Tpm, falou sobre a passagem do tempo com psicanalista Maria Lucia Homem, a escritora Tati Bernardi e a ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado

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Adriana Couto media conversa entre Alexandra Loras, Sueli Carneiro e Juliana Alves. Elas falam sobre SER NEGRA e a representativa na publicidade e sua importância. “Por que nunca se vê uma família negra feliz consumindo margarina num comercial?”, questionou Alexandra. “As mulheres negras não menstruam? Não consomem fraldas? Se os negros são maioria da população, por que elas nunca aparecem nas propagandas desses produtos?”, acrescentou Alexandra. Juliana Alvves falou sobre sua reinvenção o tempo todo para quebrar o estereótipo da mulata e mostrar seu trabalho que além de tudo serve como inspiração para outras mulheres negras.

Os participantes das mesas (ou sofás?) do domingo foram Isabel Salgado (estrela do vôlei brasileiro), Maria Lúcia Homem (psicanalista), Tati Bernadi (escritora), Helen Ramos (jornalista), Carol Bueno (arquiteta),  Camila Fusco (diretora de empreendedorismo do Facebook para a América Latina), Thammy Miranda (artista e empresário trans), Maya Foigel (psicóloga e psicanalista, pesquisadora no IPUSP e criadora do portal de notícias Transexuaissp), e Sofia Favero (criadora da página Travesti Reflexiva e coordenadora do EducaTrans).

Liniker e seu som único encerrou a 5ª edição da Casa Tpm. E que venham muitas outras. Como mulher e jornalista garanto que sai desta Casa tão empoderada como entrei, porém muito mais informada, segura e, o mais importante, me sentindo mais livre para pensar e trilhar caminhos, mesmo que nem sempre convencionais.

Fotos: Mariana Pekin e Arquivo Pessoal

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