Nos dias de gravações no resort Costão do Santinho, conheci algumas pessoas que trabalham naquele paraíso, entre elas professores de surf, artesãos e camelôs. Pessoas simples, naturebas, capazes de te fazer desacelerar só com o jeito de falar – incrível. Parece que vivem num outro mundo e na verdade, pensando bem, vivem mesmo! Eles estão afim de curtir a onda perfeita, de pegar a concha mais linda na beira do mar, de fazer graça com um modelito de seu camelô… Eles conseguiram algo que a gente – muitas vezes – deixa escapar: paz e mansidão…
Tô falando isso, porque voltei do Costão – mesmo depois de tantas gravações – recarregada de boas energias e cheia de vontade de dar ainda mais valor aos pequenos acontecimentos do meu dia a dia. As vezes é preciso limpar a nossa lente, para poder enxergar melhor o mundo à nossa volta. As inúmeras cores que têm em uma só concha, por exemplo. Já reparou? Já reparou na beleza disso? Não, não estou dopada, nada disso. Só quero te dizer como as vezes nossa rotina insana deixa tudo cinza e sem valor. Quero de alguma forma de despertar – como eu estou fazendo comigo – caso vocês estejam numa correria louca que esteja atrapalhando seu olhar sobre as coisas e as pessoas à sua volta. Vale pensar. Acho que este exercício é válido e que só nos faz pessoas melhores. Vivendo a vida menos preocupados e mais felizes e gratos. Concordam?
Fernando Pessoa define o que estou sentindo neste trecho de seu poema: “Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens”.