“Sem sombra de dúvidas, a internet é uma ferramenta que veio para desenvolver e criar muitos artistas, que em épocas passadas não teriam essa oportunidade. Estamos vivendo em um novo estágio de formatos artísticos”, diz cineasta
O filme “Tropa de Elite” é uma referência atual no que se diz respeito a propriedade intelectual, uma vez que antes do lançamento nos cinemas já era possível comprá-lo com vendedores ambulantes, em todo o Brasil.
Pensando em dificultar essa reprodução ilegal, o “Tropa de Elite 2”, que foi lançado este mês nos cinemas de todo o País, possui uma numeração diferente em cada cópia enviada aos cinemas. Essa medida possibilitará identificar de qual local foi feita a reprodução, facilitando a apuração do caso.
Com as novas tecnologias está cada vez mais fácil burlar a segurança das mídias. Lançado oficialmente há dois anos no Canadá, o documentário "Rip a Remix Manifesto" aborda o tema direitos autorais nas produções contemporâneas.
Na história mundial, o caso Nesper – ocorrido em 1999 – inovou com a criação de um site que permitia downloads de MP3. Cerca de 60 milhões de pessoas estavam cadastradas no portal, que teve as atividades encerradas em 2001, por conta de inumeras ações judiciais legais.
Segundo informações do Critical Art Ensemble, o plágio existe há tempos e tem sido visto como um roubo de linguagens, ideias e imagens, que geralmente são utilizadas pelos menos talentosos para aumento da fortuna ou do prestígio pessoal. Na contramão, em determinadas classes sociais, essa cópia contribui para o enriquecimento cultural.
Hoje, conforme diretor do filme Escolha Única, o cineasta Érico Alessandro, o produtor ou a pessoa, que for usar a trilha para fins comerciais, têm que entrar em contato com o autor e combinar um valor para a compra total ou parcial da obra.
“Devido a necessidade de aquisição de letras musicais, roteiros, etc, hoje ficou mais fácil pelo lado burocrático de se negociar, porém deve-se tomar muito cuidado, pois direito de imagem e intectual, se não negociados dentro da lei pode dar uma enorme dor de cabeça para o veiculador pirata”, explica o cineasta.
Para finalizar a entrevista, Érico Alessando argumentou que a internet criou naturalmente uma forma de liberdade muito bacana e está fazendo com que crianças, adolescentes, jovens e adultos se tornem cada vez mais criativos, seja no âmbito profissional ou amador. “Sem sombra de dúvidas, a internet é uma ferramenta que veio para desenvolver e criar muitos artistas, que em épocas passadas não teriam essa oportunidade. Estamos vivendo em um novo estágio de formatos artísticos.”