De acordo com estudo da revista britânica BMJ Global Health, as mutilações sexuais entre crianças de 0 a 14 anos, na África, tiveram uma queda significativa graças às campanhas de conscientização. Em alguns países do continente, a queda chegou a quase 60%.
Esse estudo foi baseado em dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que mostra uma grande diminuição dessa prática na África Oriental, cerca de -7,3% por ano, entre 1995 e 2014.
O estudo também fala da importância de manter essas campanhas ativas, para continuarem os debates sobre o tema e mostrar para a população as consequências que essa prática traz à saúde das meninas, tanto sexual quanto psicológica, e de tornar o procedimento um problema de saúde pública.
Naana Otoo-Oyortey, chefe da associação FORWARD, em português: Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Saúde da Mulher, disse:
“É crucial que a abordagem puramente estatística seja acompanhada por uma análise precisa das mudanças de atitudes em relação à mutilação genital nesses países”.
Grupos como Juventude Africana incentivaram muitas conversas a respeito do tema, e inclusive fizeram uma campanha — apoiada pela The Girl Generation, um coletivo global liderado pela África —reunindo jovens de diversos países motivados a acabar com a prática da mutilação genital feminina. Várias pessoas engajadas na causa postaram vídeos e fotos nas redes sociais usando as hashtags #Ihavespoken e #EndFGM a fim de gerar reconhecimento do problema e também garantir mais apoio à causa.
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Mais de 3 milhões de meninas na África correm risco de sofrer mutilação a cada ano.
Além dessa prática ser reconhecida internacionalmente como uma violação dos direitos de mulheres e meninas, de acordo com o OMS (Organização Mundial da Saúde), também reflete a desigualdade entre os sexos, reforçando a discriminação contra as mulheres.