A Daniela Miranda tem 28 anos e é Relações Públicas da bela Mooca! No auge de seus 2.8, ela diz que sente estar onde deveria estar. Isso porque após 8 anos no mercado de comunicação, trabalhando em agências de RP – nas áreas de assessoria de imprensa, digital, marketing e novos negócios – hoje ela se vê mais madura e preparada para seguir com o seu próprio negócio. “O caminho ainda será longo, tudo isso é um mundo novo, mas estou sempre me aconselhando com meus mentores que me inspiram e dão ótimos insights sobre o mercado, empreendedorismo, negócios, e até mesmo sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional”.
Com um pai empreendedor, ela diz que o empreendedorismo está no sangue. “A bem da verdade é que eu sempre fui intra-empreendedora. Por todos as empresas que passei sempre abracei o trabalho e as responsabilidades como se o negócio fosse meu. Estava sempre em busca de inovação, de manter os estudos em dia, de atender os clientes com excelência, de acompanhar a concorrência, as tendências de mercado, pensar em novas áreas de negócios, etc.”
Desde mais novinha quando dançava, sim (!), ela dançou balé clássico, contemporâneo e Flamenco por 11 anos e já pensava em meios de viabilizar e realizar seus (seu e do grupo) desejos com a dança. Aos 15 anos começou a dar aulas e se virava para pagar as roupas de suas apresentações. “Nós participávamos de muitos festivais em SP e também em outras cidades e, além dos gastos das viagens e inscrições, ainda tinham os investimentos em roupas, acessórios e etc. Tinham períodos em que todos estavam sem grana. Foi quando tivemos a ideia de começar a fazer doces e salgados para vender na própria escola. Eu fazia brigadeiros e bicho de pé mais de uma vez por semana e vendia que nem água. 🙂 Foram tempos maravilhosos!” A disciplina do balé a ajudou a ir além e trazer equilíbrio para a vida.
Mas sua ligação com o empreendedorismo começou de fato em 2011 no Café com Blogueiros, projeto que tinha como objetivo contribuir com a profissionalização da blogosfera brasileira e em 2012 nos projetos que participou, como o SP Beta e Slumdog Beta, eventos que tinham como objetivo modificar a cena do mercado de empreendedorismo no Brasil. “Beto Tercette, Pedro Sorrentino e Juliana Lima são pessoas que me inspiraram demais e que contribuíram muito para que o bichinho do empreendedorismo me picasse. Ele ficou adormecido dentro de mim até 2013, quando de fato colocamos o QSSM na rua!”
Qual seu modelo de negócio e como pretende monetizá-lo?
O QSSM – Quero Ser Social Media é uma empresa que oferece educação complementar para profissionais interessados em se desenvolver nas áreas de comunicação e marketing digital e social media. Nós monetizamos o negócio de várias formas, entre elas podemos destacar os cursos online, presenciais, eventos, workshops, etc. O grande desafio é trabalhar na construção de reputação e credibilidade da marca, ingredientes fundamentais para o sucesso e longevidade de qualquer negócio.
Qual o principal perrengue até agora?
Ao empreender, à primeira vista, parece que as qualidades e habilidades técnicas relacionadas ao negócio são os principais atributos para fazer tudo caminhar. Era o que eu achava. Entretanto, ao estar de fato nesse papel, percebi que o maior desafio e o que determinará o sucesso do negócio é o quanto de inteligência e controle emocional você tem para lidar com as adversidades do cotidiano. Este é o maior perrengue, na minha opinião. É lidar com você mesmo, com seus medos, deficiências, frustrações, fraquezas, opiniões alheias, etc. Investir em autoconhecimento e trabalhar o lado emocional é fundamental e se você mantiver o equilíbrio, certamente irá longe. Jamais deixe de investir em competências técnicas, pois isso nos dá propriedade e segurança em relação ao que vendemos/fazemos, mas não priorize apenas isso.
Quais os aprendizados?
Deixar o medo de lado e tentar, arriscar, botar para fazer. Manter a humildade, resiliência, vontade, determinação, foco, disciplina e ter força para superar os obstáculos que surgem. Ah, e o mais importante, pensar menos no que os outros acham/pensam sobre isso ou aquilo. Se você acredita que esse é o caminho, vai e faz. Se algo der errado, é só mudar a rota e fazer de novo.
O que é mais importante para um empreendedor na sua opinião?
Ter crença, vontade, coragem, disciplina e humildade. Quando acreditamos no que fazemos, nos entregamos por completo, deixamos o medo de lado, e isso nos impulsiona a ir em frente, a ter a vontade e a coragem necessárias para botar pra fazer, para arriscar, para transformar. A disciplina é fundamental para mantermos os processos em dia, para criarmos uma rotina de trabalho e para equilibrar o lado pessoal e profissional. A maior lição talvez seja manter a humildade sempre, seja para reconhecer um erro, para pedir ajuda, para assumir que determinada ação/projeto não foi tão bem planejado e/ou executado ou até mesmo reconhecer o sucesso da concorrência.
Quais são os Planos para os próximos 5 anos?
Não sou muito de fazer planos a longo prazo, e em um mercado tão volátil quando o de digital e social media, acho que seria algo até estranho. Mas, eu espero que nos próximos 5 anos o negócio esteja realmente consolidado no mercado brasileiro, que a gente tenha contribuído com o desenvolvimento de inúmeros brasileiros e que a gente consiga implementar alguns projetos que temos em mente para deixar o negócio ainda mais completo.
Qual a dica para quem quer empreender?
Vá em frente e tente! Faça um planejamento, tenha uma reserva de dinheiro e coloque as ideias em prática. Se conseguir iniciar o negócio e, paralelamente, ter outra atividade, isso pode dar um fôlego e você terá mais segurança para testar as as ideias. Por outro lado, quando não investimos 100% de energia no negócio, as coisas nem sempre acontecem na velocidade que poderiam acontecer. É preciso colocar na balança.
Mantenha a rede de relacionamentos aquecida e faça com que a sua coragem supere o medo. Eu que se der tudo errado, já valeu a pena porque a experiência tem sido muito enriquecedora, empreender é fazer MBA com a vida. O máximo que pode acontecer é ter voltar para o mercado e ser funcionária novamente. A vida é curta para não tentarmos fazer aquilo que acreditamos e que faz sentido para nós. Invista em seus sonhos e seja feliz!
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