O primeiro turno das eleições mostrou o quanto a disputa está acirrada para decidir quem será o próximo presidente. Enquanto isso, já temos como resultado os novos representantes da Câmara dos Deputados e entre eles, 77 mulheres!
Ainda temos um caminho longo pela frente, afinal, o número de mulheres eleitas nestas eleições representam apenas 15% do total de 513 parlamentares. Mas, vemos que as mudanças estão, de fato, acontecendo.
A bancada feminina cresceu. Até este ano eram 51 mulheres e agora temos 26 a mais. Entre elas estão Joenia Wapichana, a primeira mulher indígena eleita Deputada Federal, além dela temos também Érica Malunguinho, a primeira mulher trans a assumir a Assembleia Estadual.
E tem mais, tivemos ainda uma bancada ativista, com um grupo de nove pessoas que se reuniram para compor uma candidatura coletiva e que conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo.
A bancada é composta, por Mônica, uma jornalista e ativista ambiental, por uma estudante transvestigênere negra, uma professora da rede pública, uma pedagoga indígena com mestrado pela PUC-SP, um nordestino que milita pela cultura nas periferias, uma ativista ambiental, uma sanitarista, e uma artista.
No Senado, 7 mulheres conquistaram vitória nas urnas. Este é o mesmo número de eleitas em 2010, última eleição para duas vagas na Casa. Em 2014, onde cada estado tinha uma vaga na disputa, outras 5 ganharam.
Entre as deputadas eleitas, a renovação foi de metade. Das 51 que venceram o pleito em 2014, 26 foram reeleitas. Apenas 7 não tentaram se reeleger. Neste pequeno grupo, a maioria tentou uma vaga no Senado ou como vice na disputa pelos governos estaduais.
O Brasil ainda está bem atrás de vários países em relação à presença de mulheres na política. Estamos na 115ª posição no ranking mundial de representatividade feminina no Parlamento dos 138 países analisados pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI), com base no banco de dados do Banco Mundial (Bird) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
As mulheres têm sido resistência nas eleições. Elas querem ocupar espaços no Legislativo, mas enfrentam ainda muita dificuldade. Aprovada em 2015 pelo Senado, a proposta de emenda à Constituição (PEC 98/2015), que prevê cotas para as mulheres no parlamento ainda não foi votada na Câmara.
O texto prevê um mínimo de 10% das cadeiras na primeira legislatura, 12% na segunda legislatura e 16% na terceira para Câmara e Senado, assembleias legislativas, Câmara Legislativa do Distrito Federal e câmaras municipais.
Apesar deste cenário claramente ainda negativo para as mulheres, havia uma expectativa de aumento de representatividade por parte de especialistas. Representante do Escritório da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, disse, em setembro, que esperava que a presença feminina chegasse a 30% nos cargos eletivos.
Esse número foi resultado de um cálculo que tem como base decisão do TSE de maio desde ano, que diz que no mínimo 30% do Fundo Eleitoral precisa ser gasto com candidaturas femininas. Porém, a norma tem sido interpretada por partidos de forma abrangente, passando a incluir chapas em que mulheres são candidatas a vice ou suplentes no Senado. Seguimos na luta e, aos poucos vamos ocupando espaços.
Marielle virou semente e os resultados do que plantou está sendo colhido com o aumento de mulheres nos representando nas eleições, na política como um todo.
Confira a lista, por estado de mulheres que foram eleitas para a Câmara dos Deputados:
Acre: 4
Mara Rocha (PSDB)
Jéssica Sales (MDB)
Dra. Vanda Milani (SD)
Perpetua Almeida (PCdoB)
Alagoas: 1
Tereza Nelma (PSDB)
Amapá: 3
Aline Gurgel (PRB)
Professora Marcivânia (PCdoB) – reeleição
Patricia Ferraz (PR)
Bahia: 3
Alice Portugal (PCdoB) – reeleição
Lídice da Mata (PSB)
Professora Dayane Pimentel (PSL)
Ceará: 1
Luiziane (PT) – reeleição
Distrito Federal: 5
Flavia Arruda (PR)
Erika Kokay (PT) – reeleição
Bia Kicis (PRP)
Paula Belmonte (PPS)
Celina Leão (PP)
Espírito Santo: 3
Dra. Soraya Manato (PSL)
Norma Ayub (DEM) – reeleição
Lauriete (PR)
Goiás: 2
Flavia Morais (PDT) – reeleição
Magda Mofatto (PR) – reeleição
Mato Grosso: 1
Professora Rosa Neide (PT)
Mato Grosso do Sul: 2
Rose Modesto (PSDB)
Tereza Cristina (DEM) – reeleição
Minas Gerais: 4
Aurea Carolina (PSOL)
Margarida Salomão (PT) – reeleição
Alê Silva (PSL)
Greyce Elias (Avante)
Pará: 1
Elcione (MDB)
Paraíba: 1
Edna Henrique (PSDB)
Paraná: 5
Gleisi Lula (PT)
Leandre (PV) – reeleição
Christiane Yared (PR) – reeleição
Luisa Canziani (PTB)
Aline Sleutjes (PSL)
Pernambuco: 1
Marília Arraes (PT)
Piauí: 4
Rejane Dias (PT)
Iracema Portella (PP) – reeleição
Margarete Coelho (PP)
Dra. Marina (PTC)
Rio de Janeiro: 10
Flordelis (PSD)
Daniela do Waguinho (MDB)
Talíria Petrone (PSol)
Jandira Feghali (PCdoB) – reeleição
Rosangela Gomes (PRB) – reeleição
Soraya Santos (PR) – reeleição
Benedita da Silva (PT) – reeleição
Chris Tonietto (PSL)
Clarissa Garotinho (PROS) – reeleição
Major Fabiana (PSL)
Rio Grande do Norte: 1
Natalia Bonavides (PT)
Rio Grande do Sul: 3
Fernanda Melchionna (PSol)
Maria do Rosário (PT) – reeleição
Liziane Bayer (PSB)
Rondônia: 3
Mariana Carvalho (PSDB) – reeleição
Jaqueline Cassol (PP)
Silvia Cristina (PDT)
Roraima: 2
Shéridan (PSDB) – reeleição
Joenia Wapichana (Rede)
Santa Catarina: 4
Caroline de Toni (PSL)
Geovania de Sá (PSDB) – reeleição
Angela Amin (PP)
Carmen Zanotto (PPS) – reeleição
São Paulo: 11
Joice Hasselmann (PSL)
Tabata Amaral (PDT)
Policial Katia Sastre (PR)
Sâmia Bomfim (PSol)
Luiza Erundina (PSol) – reeleição
Renata Abreu (Podemos) – reeleição
Rosana Valle (PSB)
Bruna Furlan (PSDB) – reeleição
Carla Zambelli (PSL)
Maria Rosas (PRB)
Adriana Ventura (Novo)
Tocantins: 2
Professora Dorinha (DEM) – reeleição
Dulce Miranda (MDB)
Mulheres eleitas para o Senado Federal
Daniella Ribeiro (PP-PB)
Dra Zenaide Maia (PHS-RN)
Eliziane Gama (PPS-MA)
Juiza Selma Arruda (PSL-MT)
Leila do Vôlei (PSB-DF)
Mara Gabrilli (PSDB-SP)
Soraya Thronicke (PSL-MS)