“As mulheres andam muito chatas.” “Xi, lá vêm as feminazi…” “Credo, não se pode mais nem brincar!”
Você já deve ter lido, escutado ou até mesmo feito comentários desse tipo.
Eles aparecem aos montes, quando o público feminino reage fortemente a campanhas que rebaixam a mulher, de maneira geral. Mesmo que você não se considere feminista, aposto que sente algum desconforto quando escuta uma piada machista na empresa, vê um meme sobre mulher no volante ou assiste a um comercial de cerveja tradicionalzão.
Isso acontece porque a nossa participação na sociedade cresceu e ficamos grandes demais para caber nos papéis que nos foram destinados. O significado de ser mulher vem se reconstruindo e, se ainda não temos certeza de quem somos, já sabemos exatamente quem não queremos ser. Não queremos mais o lugar da mulher durona que acabou sozinha e infartada porque decidiu “liderar como um homem”. Também não queremos ser a mulher passiva que fez do agradar aos homens a razão da sua existência.
Tudo o que queremos é o que qualquer indivíduo merece: o protagonismo da própria história.
Essa ruptura não tem impactado apenas as marcas. Da mesa do bar às mídias sociais, para uma pessoa ou empresa se conectar com uma mulher, agora é preciso promover o empoderamento de todas as mulheres. Sei que a palavra “empoderamento”, além de um estrangeirismo esquisito, é um jargão carregado de afetos confusos. Por isso, prefiro uma definição simples e que pode ser usada por todas as tribos:
Empoderamento é aumentar a autoestima por meio da promoção da autoeficiência e da aceitação incondicional.
Isso significa mostrar que as mulheres podem escolher seus Planos, que são capazes de realizá-los e que serão aceitas quaisquer que sejam eles. Nenhum bicho de sete cabeças, certo?
Se você quer melhorar a qualidade do seu relacionamento com as mulheres, vale a pena conferir o check-list que eu chamo de “empoderômetro”.
Ele ajuda a mensurar o percentual de empoderamento do folder que você criou para a sua loja, da piada que você pensa em contar, do comentário que você está quase postando ou da campanha para o dia dos namorados que está criando.
Vá em frente se neles:
1. A mulher é a protagonista da própria vida? (ainda que ela seja coadjuvante na cena) 20%
2. O produto é uma âncora? (reforça um talento da mulher ao invés de salvá-la) 20%
3. Ela é aceita incondicionalmente? (não necessita agradar alguém para ser reconhecida) 20%
4. A autoestima vem do reconhecimento de um talento? (não de atributos efêmeros e subjetivos como beleza) 20%
5. Existe sororidade? (a competição entre mulheres não é estimulada) 20%
Eu garanto que vale a pena gastar alguns minutos refletindo sobre a mensagem que transmitimos. Mais que evitar uma crise de imagem, esse cuidado faz bem para a vida em sociedade, que – vamos combinar? – já anda complicada demais. Só assim, o respeito vai deixar de ser resultado de uma patrulha para se tornar a atitude natural dos homens e das mulheres do futuro.