Desde o dia 13 de junho até 6 de setembro, a Pinacoteca do Estado de São Paulo hospeda a exposição Mulheres artistas: as pioneiras (1880-1930).
Com curadoria de Ana Paula Simioni e Elaine Dias e acompanhamento da Fernanda Pitta da equipe de curadores da Pinacoteca, a mostra visa mostrar a inserção da mulher no sistema artístico brasileiro, enfatizando os processos de formação a que tiveram acesso e sua afirmação como artistas profissionais.
Contrariando os discursos de época, que procuravam restringi-las ao ambiente doméstico, ao reduzi-las à condição de “naturalmente amadoras”, diversas pintoras e escultoras realizaram obras de importância histórica.
Organizado de forma cronológica, de 1880 a 1930, as obras começam pela premiação de Abigail de Andrade na 26a Exposição Geral de Belas-Artes, em 1884, e, finalmente, a década de 1930, com a chamada “rotinização” do modernismo no Brasil, momento em que as mulheres artistas passam a ocupar definitivamente um lugar de destaque na arte brasileira.
As obras serão dispostas em duas salas. Na primeira ressaltam-se as práticas acadêmicas que compuseram sua formação artística, entre as quais o estudo do desenho a partir do corpo feminino e masculino entre os séculos XIX e início do XX, a imitação do modelo antigo e dos mestres em desenhos e pinturas.
Na segunda sala serão exibidas as variedades de gêneros artísticos a que as mulheres se dedicaram ao longo do século XIX e inícios do XX, demonstrando de que modo incorporaram e elaboraram as regras, valores e métodos dos meios acadêmicos a que estiveram vinculadas.
“Assim, o público terá contato com artistas e obras que ainda hoje são praticamente desconhecidas, bem como indagar-se sobre as razões de tal desconhecimento e do quanto são devedoras de uma historiografia da arte cujos critérios de inclusão e exclusão são perpassados por questões de gênero e, por conseguinte, de poder”, le-se na página oficial da Pinacoteca.