A beleza é relativa, aprendemos isso ao longo da vida, mas existe homem que é feio mesmo, esteticamente prejudicado, o feio declarado, como é o caso do poeta Fabrício Carpinejar. Um exímio espécime do cara 'mal diagramado'.

Esses dias uma amiga confessou estar num namoro virtual. Eles conversam pela internet, trocam fotos, versinhos românticos, mas nunca se encontraram. Perguntei se ela acreditava naquilo tudo, ao que ouço: “não importa se a foto não for dele, eu gosto é do papo. Tenho uma queda por homem à la Carpinejar”.

E não é só minha amiga, não. O escritor possui uma legião de fãs dentro e fora das redes sociais, a maioria mulheres. Se acontece de dar uma palestra, pode apostar, 90% do público é feminino. Com brilho nos olhos, elas simplesmente o idolatram.

Pois bem. Natural de Caxias do Sul, poeta, jornalista, ganhador de vários prêmios literários, inclusive um Jabuti, Fabrício Carpinejar é um dos autores mais vendidos do Brasil. Com 16 livros publicados, foi o primeiro no país a lançar uma obra exclusivamente de twittadas reunindo as melhores frases do seu microblog.

Afinal, o que esse gaúcho tem? Que tipo de hipnose disfarçou nas entrelinhas de seus poemas? Que feromônio é esse que conquista o sexo oposto? Se ele tem química, então é uma química universal, sangue tipo O, se dá bem com qualquer tamanho, cor e idade de mulher. Carpinejar é a versão bandida de Chico Buarque. Saem o sorriso doce e os olhos azuis, ficam a cara de pau e a lábia. Da sua boca saem orgias literárias. A gente se derrete por qualquer punhado de palavras. Mas por quê?

Lembro de uma pesquisa realizada há algum tempo cuja manchete dizia “Mulheres casadas com homens feios são mais felizes”. Acho que Carpinejar é prova. Até a Disney aprova a teoria, pois substituiu o príncipe no cavalo branco por Shrek e seu burrinho falante.

As mulheres valorizam caráter, responsabilidade, estabilidade. Mas são as qualidades sociais que atraem, o saber lidar, a simpatia. Acima de tudo, levar uma boa conversa. E essa é a mágica de Carpinejar. Ele fala a nossa língua, invade nosso mundo, se identifica com nossas paranóias. É um desses caras legais que compensam falta de beleza com humor e inteligência, um galanteador sem luzes no cabelo. E pensando bem, pra quê cabelo? 

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