Helena Deyama é uma mulher cheia de Planos e que tem a ação, o automobilismo correndo nas veias. Ela é Piloto de Rally, Instrutora de direção Preventiva e Defensiva, Designer Gráfica e Artista Plástica, diretora da Luart Studio Arte e Criação, empresa de Design e Publicidade.
Em 2005, Helena foi a primeira mulher a vencer o Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country e em 2014, a primeira mulher a vencer o Campeonato Brasileiro de Rally BAJA com um UTV. Só por aí já é possível perceber que ela é uma mulher que veio pra quebrar barreiras.
Ela diz que sempre gostou muito da velocidade, autocontrole, domínio e liberdade e que isso motivou sua paixão pelo automobilismo. Como sempre gostou de motos e carros, chegar a lugares pouco explorados, de difícil acesso pilotando veículos off-road a conquistaram, mas pra chegar até lá não foi fácil.
Os pais de Helena eram de origem simples. Seu pai era professor Universitário, funcionário público e a mãe, dona de casa. Com 17 anos, Helena já tinha um Plano: queria comprar uma moto. Então, saiu em busca de trabalho para conquistar o que desejava.
Foi juntando dinheiro que, dois anos depois, ela conseguiu comprar sua primeira moto, que era seu meio de transporte para a faculdade e o trabalho. Ah, ela aproveitava pra se divertir com ela fazendo uns passeios no meio da terra, pra trazer um pouco de adrenalina para as suas horas de lazer.
Helena percebeu que queria mais, achava que sua moto era pequena para o que ela deseja fazer, mas sentia algumas dificuldades em pilotar motos maiores, por causa do seu tamanho, já que tem 1,54m. Foi aí que decidiu que compraria um jipe, queria investir no automobilismo, mas, como nada é tão fácil como parece, demorou 10 anos para que este plano saísse do papel. Mas, assim que conseguiu comprar, começou a participar de rallys e a vencer!
Em um ambiente predominantemente masculino, Helena enfrentou dificuldades financeiras, já que esporte a motor é bastante caro, e também muitas situações de preconceito por ser mulher em um esporte tido como “esporte de homem”.
“Na primeira competição em que me inscrevi, eu era a única mulher pilotando e os outros competidores achavam que eu iria atrapalhar por andar muito devagar ou não ter habilidade para superar os obstáculos, não ter resistência para aguentar até o final da prova. Mas, para a surpresa geral de todos, eu venci a prova, deixando todos os incrédulos competidores para trás… então, acharam que foi sorte de principiante!
Tive de provar a minha capacidade, que fui conseguindo com várias vitórias obtidas, e hoje sou uma piloto bem respeitada neste meio predominantemente masculino.”
A pilota diz que a aventura de vencer obstáculos, dominar o veículo e integrar-se ao meio ambiente natural, traz a ela um bom preparo psicológico e de pilotagem. Helena já fez viagens e expedições de até 10.000km, se aventurando pelos lugares mais interessantes do território brasileiro e Sul Americano. (Lençóis Maranhenses – MA, Pantanal – MT, Chapada Diamantina – BA, Chapada dos Veadeiros – GO, Deserto do Jalapão – TO, Amazônia – AM, Chapada dos Guimarães – MS, Serra da Capivara – PI, Parque Nac. Sete Cidades PI, Serra da Canastra MG, Serra do Cipó MG, Aparados da Serra SC , Deserto do Atacama CH – entre outros), algumas vezes em grupos, outras totalmente sozinha.
Mas, o gosto pelas competições foi crescendo, se tornou um plano de vida, a realização de um sonho, com a participação em provas de regularidade com obstáculos (raid) e provas de velocidade (rally). A dedicação pelo esporte, pelo automobilismo, também foi aumentando e ela estava sempre em busca de melhores resultados com o aperfeiçoamento da técnica.
Além da sua vida profissional como designer, Helena diz que o automobilismo é sua vida e dedica a ele o maior tempo possível atuando também com cursos de direção preventiva e defensiva para diminuir o número de acidentes no trânsito, cursos de técnicas de off road e palestras sobre manutenção e mecânica. Ela completa dizendo o quanto isso a faz feliz.
“Uma das minhas grandes conquistas foi em 2005, quando fui a primeira mulher a vencer um Campeonato brasileiro de Rally. Este é o resultado desta dedicação e, além de tudo, uma grande realização pessoal. Em 2014 venci o Campeonato Brasileiro de Rally Baja, e em 2016 conquistei o Bi-Campeonato no Baja. É o orgulho de estar representando todas as mulheres vencedoras, não só no automobilismo, mas na vida!”
A participação feminina neste esporte é muito pequena, as poucas mulheres que estão neste meio tem influência de alguém na família atuando no automobilismo. “Dizem que sou uma exceção, porque entrei no meio por iniciativa própria, não tinha amigos nem parentes “Pilotos”, tinha só a vontade de pilotar, acelerar, fazer trilhas, vencer desafios, conquistar o mundo pilotando um veículo 4 x 4, subir cada vez mais no lugar mais alto do pódio.
“Meu plano é ser incentivo para que outras mulheres participem do esporte, que a meu ver não é esporte masculino, dá para participar de um rally sendo uma mulher, sim. Compenso a menor força física em relação aos homens, com maior determinação, disciplina, técnica, estratégia e concentração.
Eu sempre dei prioridade para o meu lado profissional, mas estou numa fase que quero cuidar do lado pessoal. Estou em busca de encontrar um relacionamento que me faça feliz, me complete, mas sem deixar de evoluir como profissional, sempre em busca de novos conhecimentos e compartilhar experiências para ajudar as pessoas.”
Para as mulheres que estão em busca dos seus planos, a pilota ainda dá uma dica: “Acreditem nos seus sonhos e tracem planos que as façam felizes. Nunca desistam com as dificuldades.”
Saber ser competitiva com regularidade, sem destruir o equipamento, usando a cabeça e o conhecimento adquirido com a experiência, tem sido uma estratégia de sucesso. Hoje, a velocidade, o domínio sobre o veículo, a superação são os objetivos perseguidos.”
Helena diz que as pessoas ainda se surpreendem quando sabem que ela é uma pilota de rally, porque o esporte e o comportamento de uma atividade tão competitiva, são bastante assimiladas a comportamentos masculinos, são normalmente esterotipados. “Meu biotipo de descendência oriental, pequena e delicada, não condiz com a imagem que as pessoas fazem de um piloto de Rally. Eu me divirto muito com a reação das pessoas quando desço do carro após a competição e tiro o capacete. O comentário que ouço é o seguinte: ‘Não acredito que era você que estava pilotando este carro de forma tão radical, veloz e agressiva!'”
Mas, Helena está aí mostrando cada vez mais que mulheres podem ocupar qualquer espaço e serem excelentes no que fazem. E é assim que ela vence diariamente os preconceitos e desafios por ser uma mulher pilotando veículo de rally. O resultado vem nas vitórias conquistadas e, com isso, o respeito de todo mundo ao redor, porque mulher pode ser o que ela quiser.
Recentemente, ela foi convidada para ser embaixadora do maior evento de Mobilidade Urbana e diz que está cada vez mais feliz em ver tantas coisas se tornando realidade. “Viver por um propósito que impacte o mundo sempre foi um combustível para mim. Refletir sobre como vivemos, trabalhamos, nos locomovemos é inevitável: repensar um futuro melhor através da mobilidade pode ser a chave para as mudanças que precisamos.
Por isso, me juntei ao Instituto PARAR para promover o maior evento de mobilidade do mundo, a WTM18. Serão três dias de imersão em conteúdo e experiência discutindo como uma mobilidade melhor pode devolver mais vida ao nosso tempo. Nos dias 29, 30 e 31 de outubro vamos estarei no WTC em São Paulo construindo o futuro.”
Quem quiser conhecer mais sobre a Helena, é só conferir o Facebook e Instagram dessa pilota que está fazendo acontecer no automobilismo.
Queremos conhecer histórias de muitas mulheres que continuam ocupando espaços. Participe com a gente mandando e-mail para [email protected] e vamos juntas inspirar mulheres a serem o que quiserem ser!