A gente sempre fala que precisamos desde cedo criar nossas crianças da mesma forma, sem distinção do que é coisa de menina e coisa de menino para evitar que quando adultos eles reproduzam qualquer tipo de preconceito por gênero e também para incentivá-los a serem o que quiserem ser, mas essa é ainda uma barreira que precisa ser quebrada.
Na última semana houve uma grande discussão sobre o livro escolar português chamado Bloco de Atividade, da Editora Porto, que mostra diferentes atividades, com grau de dificuldade distintos para meninos e meninas. A começar pela capa, já diferenciada entre azul para meninos e rosa pelas meninas, mas se fosse só isso, seria o menor dos problemas.
Mas, ao folhear as páginas, as atividades direcionadas para os meninos são mais complexas com atividades ao ar livre, enquanto as atividades das meninas possuem dificuldade inferior e com temas ligados a atividades domésticas como limpar a casa e passar roupas.
As reclamações chegaram até a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Gênero, um órgão ligado ao poder Executivo de Portugal, que emitiu um comunicado solicitando a retirada da distribuição dos livros.
“Esta editora, ao optar por lançar duas publicações com atividades que diferenciam cores, temas e grau de dificuldade para meninos e meninas acentua estereótipos de gênero que estão na base de desigualdades profundas dos papéis sociais das mulheres e dos homens.”
A editora, por sua vez, se defendeu afirmando que em nenhum momento diferenciou meninos e meninas com graus de dificuldade distintos em suas atividades.
Estas edições, publicadas em julho de 2016, têm como objetivo desenvolver determinadas competências essenciais em idade pré-escolar, nomeadamente a atenção e a concentração. Foram concebidas com cuidado editorial e pedagógico, apresentando um trabalho gráfico que procura envolver e motivar os mais novos a adquirir e consolidar as aprendizagens.”
A verdade é que estamos todos juntos na luta pela igualdade de gêneros e estamos de olho para que essa mudança aconteça, para que meninos e meninas cresçam sabendo que podem fazer e ser o que quiserem independentemente do sexo.