Tudo o que uma boa patricinha ou socialite deseja é sair por aí ostentando a marca de suas roupas e acessórios em produtos repletos de logomarcas caras e famosas, certo? Errado. Como já dizia a minha avó, quem é rico mesmo não precisa mostrar que é, as pessoas simplesmente percebem. Que o diga dona Lili Marinho, famosa pela elegância, e que cortava todas as etiquetas de suas roupas, inclusive daqueles maravilhosos Armanis que frequentemente usava.
Pois é, a ciência confirma esta sabedoria e mostra que as pessoas das classes mais altas preferem produtos que tenham indicações sutis da marca, como por exemplo, um design diferente ou algum pequeno detalhe. Modéstia? Humildade? Nada disso. Este grupo quer status sim, mas prefere sinais que não sejam decifráveis para a população em geral. No fundo, isso dá a eles mais status ainda, e uma sensação de poder e domínio sobre os “pobres mortais”. Afinal, só quem for realmente rico/importante/antenado é que entenderá o quão exclusivo aquele produto é. Não se trata, portanto, de humildade ou discrição, pelo contrário, é uma forma de se diferenciar ainda mais daqueles “novos ricos”, que até tem muitos produtos de luxo, mas os compram para exibi-los ostensivamente.
O mercado de luxo tem uma dinâmica muito própria, e as marcas precisam estar atentas para conseguirem se comunicar efetivamente com seu consumidor. Afinal, só em 2010 este mercado cresceu em torno de 20%. Mas nem sempre o mais importante é o produto, e sim a experiência de consumo mais sofisticada que este tipo de cliente deseja. As vendas precisam ser cada vez mais personalizadas e com muita informação. Não adianta só “bajular” o cliente. Os mimos são necessários sim, mas sempre aliados a um atendimento cada vez melhor, mais personalizado e apoiado nas novas tecnologias que garantem praticidade, conveniência e qualidade. Afinal, em última instância o cliente que deseja luxo, deseja reafirmar sua importância e exclusividade.