Sim, a revolução vem de baixo e atinge o alto escalão da indústria e comércio, que está cada vez mais de olho neste novo consumidor. Segundo o Instituto de Pesquisa Data Popular, empresa que há 10 anos estuda o comportamento de consumo das classes C, D e E, atualmente estas classes são responsáveis por 60% de tudo o que se consome no país.
Com a ascendência deste novo consumidor no mercado, empresas, marcas, produtos e serviços precisaram se adaptar a uma nova linguagem de comunicação, para se apresentar de forma eficaz a este público e atender aos seus desejos. É que sempre existiu no mundo da propaganda e do marketing, a falsa sensação de que tudo o que as classes C, D e E desejava era poder consumir produtos e serviços oferecidos às classes A e B, portanto, não havia a preocupação de parar e observar os verdadeiros hábitos de compra e comportamento deste consumidor, que ao contrário do que se pensava, tem seus próprios desejos e ambições.
São cores e sabores diferentes da classe A e B, e estas singularidades associadas à ascendência no mercado de consumo fez com que os executivos deste mercado parassem para entender e conhecer melhor quem verdadeiramente comanda. Toda a força destas classes fez com que a WMaccann, agência de propaganda que cuida da comunicação de marcas nacionais e internacionais, lançasse no início deste ano seu novo posicionamento com uma campanha cujo o slogan anunciava: “Somos uma agência da classe C. Vai encarar?”.
Esta iniciativa mostra que os profissionais que trabalham com estratégias para posicionar marcas e produtos já perceberam que não existe hoje a oportunidade de ser líder de mercado, se não for líder das classes C, D e E. Esta percepção beneficiará estes consumidores que passarão a ter produtos e serviços especialmente elaborados para suas necessidades e expectativas, ou seja, passam de coadjuvantes a protagonistas do mercado.
Neste cenário, destaque para as mulheres destas classes , que estão com a auto-estima cada vez melhor e com todo este poder de compra, terão oportunidades de desfrutar de produtos que virão ao encontro de suas expectativas, respeitando suas singularidades e principalmente padrões de beleza.
Mas afinal, o que as mulheres das classes C, D e E priorizam e desejam? Conversei com duas mulheres incríveis, mães, esposas, trabalhadoras e cheias de planos:
Luciana Gomes Gonzaga, 37 anos, paulistana, filha, mãe, esposa, vendedora, estudante.
EDUCAÇÃO E CRESCIMENTO
“É muito emocionante e gratificante perceber que hoje consigo comprar o que há anos atrás era praticamente impossível, como meu carro, por exemplo. Mas não tenho como prioridade bens materiais, minha prioridade é investir na educação de meus filhos, pois, através da educação poderemos avançar e crescer ainda mais, em todos os sentidos. Também quero me especializar no ramo de estética e quem sabe ter meu próprio negócio”.
Flávia Silva Oliveira, 30 anos, Carioca, Filha, Mãe, Neta, Auxiliar de escritório.