Monique Evelle é uma jovem promissora, cheia de planos para tirar do papel. Entre 2016 e 2017, foi uma das repórteres do programa Profissão Repórter, da TV Globo e colunista da HuffPost Brazil.

Monique, aos 16 anos, fundou a organização Desabafo Social, que tem como objetivo o investimento na Educação em Direitos Humanos. Com apenas 4 anos de existência, a organização se expandiu para sete outros estados brasileiros, ganhando notoriedade a nível nacional. Atualmente, a Desabafo Social já está presente em 22 estados do país.

Uma mulher que é símbolo de resistência, que constantemente luta contra o preconceito mas que, acima de tudo, é um ser humano e como todo mundo não consegue ser forte o tempo todo. Ela, que já foi considerada a nova voz do feminismo negro pelo jornal O Estado de S. Paulo, também esteve na lista da revista Forbes de brasileiros em destaque abaixo dos 30 anos, além de ficar na lista das 30 mulheres com menos de 30 anos para “ficar de olho” em 2015, feita pela Revista Cláudia e Portal M de Mulher. Em 2015, ganhou o Prêmio Laureate Brasil, da Laureate International Universitiese foi entrevistada pela Revista Época para a edição 909 – “Primavera das Mulheres”.

 

 

Mas, para Monique os títulos são o de menos, porque o que importa é o dia a dia e a batalha que enfrenta diariamente contra o preconceito e a opressão. “São apenas títulos. São legais sim. Mas a luta continua a mesma. As opressões são as mesmas. Se esses reconhecimento mudassem alguma estrutura social, estaria mais feliz.”

Além do desabafo Social, Monique entendeu que preto e dinheiro não são palavras rivais e criou negócios sociais como Kumais, marketplace de moda e acessórios criados por empreendedores pretos e a Evelle Consultoria, uma empresa de marketing e inovação com soluções em educação e pesquisa. “Depois de entender que podemos criar e ocupar espaços, fiquei um ano e meio no Profissão Repórter, passando pela produtora Bossa Nova Group e me tornando sócia da Sharp, uma empresa de inteligência cultural que une metodologias e métricas para construir soluções e da Conta Black, uma fintech.”

Uma mulher que não para nunca. Uma mulher que está sempre de olho ao que está acontecendo ao seu redor. Uma mulher que resiste, que luta, que quer ver os seus crescerem. Que quer ver negros ocupando espaços, tendo oportunidades que o sistema deveria oferecer de forma igualitária a todos, mas que ainda é pautado no preconceito. É essa luta que Monique quer ganhar e quer levar outras mulheres com ela.

 

“O mercado é reflexo da sociedade. Logo, há um número pouco significativo de mulheres, sobretudo mulheres negras e mais ainda mulheres negras retintas, nos espaços de decisão.”

 

Monique é uma mulher que está ocupando espaços. Espaços que são seus por direito. Aos 24 anos ela já realizou grandes planos e sua trajetória está virando um documentário, que ainda não tem data de lançamento. Quando perguntamos a ela a sensação de tantas conquistas sendo uma mulher tão jovem, ela é bem objetiva: “Não sinto porque ainda não compreendi esse momento.”

 

 

Ocupar espaços não é fácil. Especialmente para uma mulher, especialmente para uma mulher negra. Durante sua trajetória, Monique enfrentou diversos desafios e preconceitos e diz que essa é a parte mais difícil de viver em um país tão racista: “Sempre que eu estava ao lado de algum colega branco do “Profissão”, perguntavam a esse colega se ele era repórter, e quando me olhavam, sempre pensavam que eu era estagiária, aprendiz…

 

Todos os cargos são importantes, mas sabe quando duvidam da veracidade da sua posição? Que ser negra só pode significar que você está por baixo? Era assim.”

 

Como uma das grandes vozes do feminismo negro, Monique diz que têm muitas pessoas que são inspiração para ela. “Me espelho desde as mais novas até as mais velhas. Seja MC Soffia, seja George um menino do bairro que morava em Salvador, seja minha mãe e meu pai, seja Djamila Ribeiro, uma irmã, seja Sueli Carneiro. Mas não dou voz a ninguém, compartilho a escuta e a fala.”

Uma mulher que está fazendo acontecer, que inspira outras mulheres a seguirem e serem resistência diz que o mais importante para seguir seus planos é um clichê que, para ela, é o mais realista que já escutou. “Nenhuma mulher está sozinha. Na verdade, está espalhada.”

Queremos mostrar a rede transformadora que somos como mulheres. Nosso movimento em busca de espaço, de liberdade, de equidade está apenas começando. Conta também sua história pra gente, queremos mostrar que as mulheres podem realizar os planos que quiserem. É só mandar por e-mail no [email protected]!

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