Está em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR) a exposição Tarsila e Mulheres Modernas no Rio, uma celebração às grandes figuras femininas nas áreas de artes visuais, literatura, música, dança, teatro, medicina, arquitetura, esporte, religião e política.
A mostra é composta por 200 peças, entre pinturas, fotografias, desenhos, gravuras, esculturas, instalações, documentos, material audiovisual e objetos pessoais.
Segundo a curadoria da exposição, a intenção é mostrar a importância e o peso das mulheres nas mais diversas áreas de atuação. “A mulher não contribuiu para a arte brasileira – constituiu-a, pois contribuição só sugere a adesão a um processo dirigido por homens. Ela deu chaves estéticas ao Brasil e, no Rio de Janeiro, impôs ações decisivas”, afirma Paulo Herkenhoff, curador da mostra ao lado de Hecilda Fadel, Nataraj Trinta e Marcelo Campos.
Tarsila do Amaral, A Boneca, 1928.
Não é à toa que Tarsila do Amaral é o ponto de partida da exposição. Uma das figuras centrais da pintura e da primeira fase do movimento modernista brasileiro. A artista é representada por 25 pinturas e dez desenhos. Ela está ao lado de outros grandes nomes como Djanira, Maria Martins, Maria Helena Vieira da Silva, Anita Malfatti, Lygia Clark, Zélia Salgado e Lygia Pape.
Por outro lado, a exposição mostra por meio de fotografias e recortes de jornais a luta feminina pela conquista do direito ao voto, o reconhecimento do trabalho das domésticas e o papel das mulheres na arquitetura carioca e na música.
Na literatura, a mostra traz facetas menos conhecidas da escritora Clarice Lispector, com crônicas femininas escritas sob o pseudônimo Helen Palmer, pinturas e fotos de sua intimidade. Uma das raridades expostas é o manuscrito do livro O Quinze, de Raquel de Queiroz.
Também fazem parte da mostra a música de Chiquinha Gonzaga, a ousadia da dançarina Luz del Fuego, a história de Pagu, primeira presa política do país, Leila Diniz e os tabus que quebrou em plena ditadura militar, a ativista Gabriela Leite, criadora da grife Daspu, e a busca desesperada de Elizabeth Gomes da Silva pelo corpo de seu marido Amarildo, assassinado por policiais militares no Rio de Janeiro. Nesta exposição, arte e gênero andam de mãos dadas.
Informações:
Quando: de 12 de maio a 20 de setembro,
de terça a domingo, das 10h às 17h
Onde: Museu de Arte do Rio (MAR)
Praça Mauá, 5, Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Quanto: R$ 4, R$ 8 e grátis às terças-feiras
Mais informações: (21) 3031-2741 e www.museudeartedorio.org.br