Elas estão aí, com mais tempo e dinheiro para gastar, com disposição para experimentar novas marcas e experiências, mas continuam a ser ignoradas pelo mercado.

As mulheres com mais de 5o anos são hoje mais algumas das vítimas dos estereótipos e para desafiar antigas noções o grupo de relações públicas Ketchum desenvolveu uma pesquisa chamada “Removement”, que apontou as novas formas de relacionamento com essas mulheres.

Um dos principais problemas é a forma como o marketing retrata esse grupo. Geralmente, a mulher está ao lado do marido, compondo um retrato familiar ideal. Na verdade, porém, elas estão cada vez mais solteiras. Na pesquisa da Ketchum, 22% disseram viver sozinhas.

“Acho que a atitude em relação à mulher de 50 anos é muito antiquada”, disse Karen Strauss, diretora de criação da Ketchum, que reclama da ausência das mulheres de 50 anos na publicidade dos produtos que ela está disposta a comprar.

A pesquisa apontou categorias que não só mulheres, mas homens também, acima de 5o anos se sentem ignorados, como tecnologia, que apesar de 61% deles consumirem, não se sentem incluídos no público. Sabia que pessoas acima de 50 anos responderem por 40% das vendas de produtos da Apple nos EUA?

“É preciso lembrar que é possível ensinar um truque novo a um cachorro velho”, diz Karen, referindo-se à disposição de consumo de marcas associadas apenas ao universo jovem.

Algumas marcas já começaram a se mover nessa direção. Por exemplo, a Bulgari usou recentemente a atriz Isabella Rossellini, 63 anos, em uma campanha de bolsas, enquanto a marca Céline optou pela escritora americana Joan Didion, 80 anos.

Outro ponto levantado pela pesquisa é que para esse público o boca a boca ainda é a forma de propaganda mais valiosa. Segundo Stephen Reily, da Vibrant Nation, companhia especializada no comportamento do consumidor de mais de 45 anos, a indicação de um amigo ou colega é essencial para esse público.

“Noventa por cento das mulheres confiam em recomendações de outras mulheres, pois elas querem se espelhar em pessoas de sua faixa etária, e não em um padrão que não pode ser atingido”, diz o executivo. “Foi com essa estratégia que marcas como Healthy Choice e a L’Oréal conseguiram garantir a experimentação de seus produtos.”

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