Com a recente intervenção na Cracolândia, o assunto voltou a pauta. O consumo de crack nas grandes cidades brasileiras continua a crescer e parece não haver saída. E como toda situação de marginalização, é tudo mais difícil para as mulheres: o número de mulheres na Cracolândia dobrou no último ano.
Uma extensa pesquisa da Fiocruz mostra dados alarmantes: 40% das mulheres usuárias de crack se prostituem para conseguir a droga. Algumas fazem programas por valores irrisórios como R$10, outras trocam sexo por uma ou duas pedras.
Dentre as usuárias, 30% já sofreram violência sexual. 7 em cada 10 relatam não usar nenhum tipo de método anticoncepcional, nem preservativo. E metade das usuárias ficou grávida enquanto utilizava a droga, tendo gestações de alto risco e gerando bebês de baixo peso, muitos com graves sequelas.
As mulheres relatam grande dificuldade em conseguir atendimento, seja para acompanhamento médico na gestação ou para denunciar violência sofrida. Afirmam que sofrem preconceito e discriminação nas delegacias, hospitais e postos de saúde. Ou seja: mesmo se ela procurar ajuda, dificilmente vai encontrar.
A pesquisa mostra uma situação triste, assustadora e que está tristemente longe de acabar.