Muita gente acredita que a indústria da moda tem o público feminino como seu principal foco. Pra comercialização pode até ser, mas nos bastidores, esse universo é mais sexista do que parece. A verdade é que as mulheres têm poucas oportunidades se quiserem seguir carreira no mundo fashion. Um estudo do Conselho de Designers da América (CFDA) mostrou a desigualdade de gênero presente no mercado da moda.
Na pesquisa “The Glass Runway” (a passarela de vidro) é clara a diferença existente entre os cargos que os sexos desempenham. Enquanto as mulheres são a maioria entre costureiros, designers, alunos nas faculdades de moda, a maioria dos cargos de liderança no setor é dominada por homens.
O estudo mostra ainda que, por mais que as mulheres não encontrem barreiras para se destacar no início de sua carreira na moda, elas têm dificuldade em seguir em frente, já que o sexismo é um problema recorrente nesta área. Um dos motivos para essa desmotivação é a falta de exemplos femininos para serem seguidos por mulheres que estão começando sua carreira na moda.
Além disso, há outros motivos que influenciam as mulheres a não desenvolverem sua carreira na indústria, como os cuidados dos filhos e da família e a menor confiança depositada nas mulheres. Estes são os principais obstáculos encontrados pelas entrevistadas. Como previsto, 50% das vice-presidentes na área relatam que ter filhos é o principal fator determinante em suas carreiras, já que as pessoas ainda têm muito preconceito com mulheres que são mães.
As primeiras mulheres a serem contratadas como diretoras de estilo por grifes importantes, como Dior e Givenchy, tiveram essa chance somente em 2016 e 2017. Hoje, só 41% das grandes marcas do mundo da moda são comandadas por mulheres. Um número muito pequeno diante da nossa realidade, até mesmo porque somos as maiores consumidoras de moda e ainda temos menor participação na liderança também dessas áreas.