A justiça da internet é moldada conforme os internautas modificam sua cultura e alinham suas prioridades. E como eles fazem isso? Com informações cotidianas, notícias polêmicas, relatos de quem tem lugar de fala em determinado assunto, senso de justiça e muita discussão.
Os espaços da internet e redes sociais têm sido utilizado cada vez mais para disseminar informações e alinhar ideais, buscando um efeito massivo em companhias e personalidades que ainda desmerecem as pautas sociais.
Ao mesmo tempo que há disseminação de ódio e reprodução de violência racial, homofóbica e machista, a luta pelo respeito, pela equidade de gênero e pela retratação histórica está cada vez mais difícil de ser ignorada, e devemos nos orgulhar disso!
A eliminação de Rodolffo do reality nos dá a esperança de que pelo menos a audiência do Big Brother Brasil tem sede de justiça e de repressão à atitudes desrespeitosas.
Quando um pensamento machista é reproduzido, não é apenas uma brincadeira e quem não sabe brincar está sendo irreversível ou louca.
Quando uma frase racista é dita, o racismo não está nos olhos de quem vê e sim nas comparações e referências feitas pelo locutor.
Quando um comportamento homofóbico se manifesta, contestá-lo exigindo respeito não é “mimimi”, nem excesso de sensibilidade.
RODOLFFO, NÃO É MIMIMI
Camilla de Lucas teve a paciência de uma geração inteira ao tentar explicar para o Rodolffo seus erros e os traumas de João e dela mesma. E ainda teve que ouvir do participante autodenominado “chucro” que a luta dela era “mimimi”.
João, parceiro de jogo e amigo de Camilla, teve coragem de expor seus traumas em rede nacional no horário ao vivo e ainda foi julgado por muitos por ter se aproveitado da situação para “virar o jogo” de alguma forma para ele.
Temos acesso à informações históricas e da atualidade, portanto conseguimos nos informar sobre o contexto histórico e o cotidiano das minorias no nosso país, não importando mais a nossa criação ou ciclo de convivência social em que estamos inseridos quando se trata de respeito e interesse.
Podemos estar em uma incessante guerra contra nós mesmos e nossa própria cultura com o objetivo de promover a paz e a união, e a cada vez que ganhamos um espaço, é mais uma vitória.
Entretanto, não é mais o nosso dever acolher o opressor e tentar entender os motivos que ele tem para nos desrespeitar. É nosso dever evoluir a cada dia como seres humanos e não despejar nossos erros nas costas de ninguém.
Políticos, participantes de realitys, amigos, namorados, chefes, colegas de trabalho, familiares e clientes não são a nossa dívida perante a sociedade portanto não é o nosso dever ensiná-los. Tampouco aturá-los quando faltam com respeito.
Nosso dever é com nós mesmas, em não nos permitir aceitar certos tipos de tratamento, em nos reinventar a cada situação abusiva que passamos e em não nos culpar por eventuais agressões vindas de terceiros.