Autora de “A rainha branca” e a “A irmã de Ana Bolena”, entre outros romances baseados na história da Era Tudor, Philippa Gregory lança agora no Brasil “A rainha domada”, livro em que conta a história de Catarina Parr, última esposa de Henrique VIII, o rei da Inglaterra que rompeu com a Igreja Católica para anular seu primeiro casamento, com Catarina de Aragão, que não conseguiu lhe dar um herdeiro homem (na época a culpa era sempre da mulher por não “conseguir” gerar um filho homem, que era considerado orgulho pra família), e se casar com Ana Bolena. Henrique VIII ainda se casou com outras quatro mulheres até conhecer Catherine Parr, que tinha ficado viúva duas vezes e era apaixonada por Thomas Seymour, irmão de uma das esposas do rei.
Henrique VIII tinha idade para ser seu pai e ainda condenou à morte duas de suas ex-esposas. Mas Catarina não teve escolha e se casou. Filha mais velha do lorde Sir Thomas Parr, Catarina conquistou a confiança do rei ao reunir a sua família, foi uma das principais incentivadoras da reforma religiosa e chegou a comandar o reino como regente, durante a participação do marido numa campanha militar na França. Erudita, estudou latim e teologia e foi a primeira mulher a publicar um livro em língua inglesa assinando o próprio nome. Um ato de coragem em uma época na qual grande parte dos textos eram produzidos por homens e as pouquíssimas mulheres que se arriscavam a escrever o faziam de forma anônima.
“Embora ela tenha vivido há tantos anos, quando penso no medo que enfrentou e a coragem que precisou ter, não posso deixar de admirá-la. Seus estudos meticulosos, em sua maioria autodidatas, devem tocar profundamente qualquer mulher que já tentou entrar nos círculos exclusivos de poder masculino”.
Estas foram as palavras de Philippa Gregory, em nota no fim do livro, onde ela ressalta a coragem da personagem e lamenta que muitos ainda desconheçam sua história. Mas agora todos poderão saber mais sobre a mulher que quebrou barreiras e mostrou que as mulheres podem ser o que quiserem.