“Tudo o que temos é uma vida e vivemos essa vida segundo aquilo que acreditamos. Mas sacrificar o que somos e viver sem uma crença é um destino mais terrível que a própria morte.”
Joana D’Arc
Quando minha filha fez 7 anos dei de presente para ela um livro chamado “O Livro das Garotas Audaciosas”. Não dei bonecas, não dei panelinhas. Teria dado, se ela tivesse me pedido, porque cada mulher é o que ela quiser ser. Mas naquele momento, a garota tímida precisava, mais que tudo, saber que ela podia ser o que ela bem entendesse.
O livro, além de brincadeiras simples, como o jogo da amarelinha, ensina também jogos mais elaborados como o pôquer, por exemplo. Passa da customização de roupas às manobras de gírias de surfe num estalo de dedos. Ensina como montar uma caixa de ferramentas e como usá-las. A fazer uma almofada para acampamentos. Dá uma noção de finanças e primeiros socorros. Ensina até mesmo como ser uma espiã.
Mas, para além de todas essas práticas, o livro está cheio de histórias de grandes mulheres ao longo do tempo. As rainhas do mundo antigo, como Cleópatra, as pioneiras em diversas áreas, como a primeira mulher a cruzar o Atlântico pilotando um avião sozinha, Amelia Earhart, lideranças femininas modernas, como a chanceler alemã Angela Merkel, mulheres inventoras e cientistas, como Marie Curie, vencedora duas vezes do Prêmio Nobel,de física e de química, entre outas tantas mulheres notáveis.
De todo o livro, minha filha se apaixonou, particularmente, pela história da garota Joana D’Arc, que aos 15 anos liderou um exército sob a patente de capitão e aos 17 venceu as tropas inglesas na batalha de Orleans, em maio de 1429. A garota teve um fim trágico, morreu queimada pelos ingleses acusada de bruxaria.
Minha filha tinha tão forte em si essa história que quando visitamos um museu de cera, quando ela tinha 10 anos, tirou uma foto ao lado da estátua de Joana D’Arc na fogueira e usou como foto de perfil numa rede social por um bom tempo.
Das audácias que tentamos dar às nossas meninas a maior de todas é a coragem para enfrentar um mundo que hostiliza, maltrata, abusa. Que elas estejam preparadas para contestar, questionar, escolher. Que possam reconhecer quando um amigo passa dos limites, quando a pressão comercial agride, quando o mundo tolhe sua liberdade. Que queiram ser quem elas bem entenderem.
Olá,
Amei esse livro, tenho duas filhas, 13 e 6 anos.
Onde compro?
Grato,
Moacir Johann