O conceito criado pelo professor e sociólogo italiano Domenico De Masi nos anos 1990 é mais importante do que nunca. Segundo De Masi, uma marca essencial do trabalho na sociedade moderna é a união entre estudo e lazer, uma maneira de pensar desenvolvimento pessoal e qualidade de vida.

 

O conceito foi desenvolvido por De Masi nos anos 1990, como uma resposta à insatisfação que sentia diante de um modelo de vida centrado na competitividade e na supervalorização do trabalho acima de tudo. Para ele, o ócio criativo existe para nos lembrar que o valor do trabalho não está só em gerar dinheiro, mas na geração de conhecimento.

 

Em seu livro “O Ócio Criativo” (lançado em português em 2000, pela editora Sextante), o filósofo defende que a felicidade e a satisfação pessoal no dia a dia são importantes para desenvolver a criatividade, o que acaba levando a um melhor desempenho no trabalho. E pontua uma diferença entre o tédio puro e simples, “que nos faz sentir vazios e inúteis”, e o ócio criativo, “que nos faz sentir livres e que é necessário à produção de ideias, assim como as ideias são necessárias ao desenvolvimento da sociedade.” Ele também lembra a diferença entre ócio e preguiça: enquanto o primeiro pode gerar alguma produtividade e senso prático, a segunda significa negar qualquer ação.

 

Por isso, o ócio criativo não tem nada a ver com “não fazer nada”. Pelo contrário: significa experimentar “o valor gerado pelo trabalho, o conhecimento ocasionado pelo estudo e a alegria proporcionada pelo lazer.”

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