Eu sei. Quer dizer, estou entendendo isso a cada ano em que vivo a experiência da maternidade. São quase 16 anos sendo mãe. Quinze anos e dez meses para ser mais precisa. E tudo o que percebo a cada dia que passa é que a única verdade é: a gente cria mesmo os filhos para mundo. E, por mais injusto que pareça isso, é o melhor que podemos fazer por eles. É inevitável.
Quando a gente vê o primeiro ultrassom, ouve pela primeira vez seu coraçãozinho bater e olha para aquele pedacinho de gente assim que nasce, começamos a fazer Planos. E, na maioria das vezes, projetamos neles aquilo que desejávamos ser e por um acaso não conseguimos.
Modelo, bailarina, engenheiro, jornalista, empresário do ano, presidente de uma empresa global, quem sabe…
Tudo o que a gente quer é proteger. A gente quer que eles não errem como a gente errou. Quer mostrar o atalho, afinal já temos estrada suficiente e conhecemos o caminho das pedras.
Mas posso te contar uma coisa? A estrada que eles têm de percorrer não é a mesma que a nossa. Cada um nasceu para construir a sua própria e a gente precisa entender isso e deixá-los traçar seus Planos, escolhendo ser quem e o que quiserem ser. É a vida.
Você deve estar se perguntando: tá bem, e o que a gente faz com tanta ansiedade pelo o que vai ser de nossos filhos nesse mundão louco de meu Deus?
A gente ama. A gente fica do lado, a gente educa, torce, orienta, dá a mão, mas não toma a caneta deles para escrever suas histórias. Seria muita sacanagem e egoísmo. Deixe a vida seguir. Deixe que eles errem e aprendam assim como você fez um dia. Se acalme e confie. Deixe a vida seguir, deixe que eles façam seus próprios Planos.
Poupe seus filhos de sua superproteção e a sociedade de pessoas inseguras e sem Planos próprios. Isso é o melhor que você poderá fazer por ele e pela sua geração.