Uma página no Facebook traz uma proposta criativa para quebrar estereótipos e desafiar o público a desmistificar a figura de “mulher padrão”.
O “Mulheres em Série” traz as desventuras e vitórias de quatro personagens arrebatadoras que escancaram a realidade espinhosa de milhares de mulheres brasileiras em pleno século XXI.
Além dos dilemas próprios de qualquer ser humano moderno –relacionamentos amorosos, estresse no trabalho, despesas do lar – essas mulheres ainda se veem diante de preconceito, violência física e psicológica, e têm seus direitos negados diariamente.
Assim, Mulheres em Série se destaca como a primeira obra audiovisual brasileira a abordar a discussão de gêneros com a utilização de um elenco inclusivo, que coloca seus atores nos papeis que desempenham no universo real.
O projeto abre caminho por um terreno delicado e, por isso mesmo, inexplorado por outras obras de ficção.
Segundo a diretora Maitê Sanchez, a escolha do nome é uma clara ironia à produção de peças como acontece nas fábricas. “É uma crítica à padronização da figura feminina que vemos no cinema comercial, na TV e na publicidade, e que cria modelos ideais de comportamento e estética, prisões psicológicas que só permitem a perpetuação do preconceito e da exclusão”, conclui ela.
Maitê também fez direção de arte do curta Irene, vencedor do prêmio de Melhor Filme no II Festival de Cinema Universitário da Bahia.
Ao lado de Renata Freire, produtora executiva da série, o projeto foi idealizado há cinco anos e vem trabalhando na construção dos personagens desde o final de 2014. “Não existe essa inclusão no audiovisual de hoje. A opção da série é mais uma afirmação do nosso papel de fugir à normatização do universo feminino. Embora seja ficção, as histórias são reais”.
Publicado por Mulheres em Série em Quinta, 28 de janeiro de 2016