A peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu sofreu recentemente uma grande censura aqui em São Paulo, mais especificamente em Jundiaí. A peça é um monólogo que retrata histórias bíblicas e também propõe uma reflexão sobre a intolerância a respeito de orientação sexual. O grande problema aí é que quem faz o papel de Jesus é uma transexual, Renata Carvalho, que pro juíz Luiz Antonio de Campos Junior foi considerado uma afronta. O juiz argumentou que entes religiosos não poderiam ser expostos ao ridículo. Pois é, mores… o moralismo fala alto.

Sou uma pessoa religiosa e acredito em Deus e em Jesus Cristo. Por isso mesmo acho que não temos o direito de nos tornarmos julgadores. Afinal, a expressão de Jesus Cristo como conhecemos pelas suas imagens é uma grande invenção, já que muitos historiadores já provaram ser impossível Jesus ser o loiro de olhos azuis que todos pintam porque na região em que viveu isso era impossível. Além disso, Jesus pra mim é uma divindade, então não importa se é homem, mulher ou transexual, o que importa é a fé.

 

 

Bem, comentários meus à parte, voltemos ao caso da peça. Mesmo tendo sido proibida de ser exibida em SP, vemos uma esperança nascer aos pouquinhos… <3. No Sul, o juiz José Antonio Coitinho saiu em defesa da liberdade de expressão e ainda argumentou:

Transexual, heterossexual, homossexual, bissexual, constituem seres humanos idênticos na essência, não sendo minimamente sustentável a tese de que uma ou outra opção possa diminuir ou enobrecer quem quer que seja representado no teatro. E, sem citar um único artigo de lei, vamos garantir a liberdade de expressão dos homens, das mulheres, da dramaturga transgênero e da travesti atriz, pelo mais simples e verdadeiro motivo: porque somos todos iguais.

Sem palavras pra descrever essa decisão. Realmente o que mais importa aqui é o final da frase do juiz: somos todos iguais! Assim, a peça foi exibida nos dias 21 e 22 de setembro, no Teatro Bruno Kiefer, da Casa de Cultura Mario Quintana como parte da programação do festival Porto Alegre em cena. E o melhor: ingressos esgotados, casa lotada e muitos elogios à peça.

Esperamos que esta decisão inspire também os outros estados a permitirem a exibição do espetáculo, a liberdade de expressão e o direito de todos, independentemente de sexo, terem os mesmos direitos. <3 Renata, estamos com você!

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *