Em 2006 cursei uma matéria no mestrado da Faculdade de Letras da UFMG que se chamava Poéticas Visuais. Certa vez, a professora perguntou quem lia poesia diariamente. Numa turma de mais de quarenta pessoas, apenas três responderam que sim. E é claro que eu estava entre elas.
Esse fato mostra como a poesia é vista enquanto algo desnecessário, mesmo em uma turma de estudantes do mestrado de Letras. Atualmente, a ideia que se tem sobre a arte poética é o conhecido lugar comum: trata-se de um artigo supérfluo. As pessoas hoje não têm tempo para poesia e o mercado editorial não abre espaço para novos poetas. O fato é que a poesia parece ter sido relegada ao segundo plano. Para comprovar essa tese basta olharmos a lista dos últimos lançamentos editoriais e dos livros mais vendidos. Raramente um livro de poesia alcança os primeiros lugares.
Não deveria ser assim. A poesia torna as coisas mais leves, bonitas e coloridas. Um bom poema tem o poder de nos transportar para outra realidade. Uma boa rima muda o nosso humor em segundos. E a poesia não está só nas palavras. Está numa fotografia que revela um novo olhar. No sorriso despretensioso de uma criança. Numa música que nos toca no fundo da alma. Num gesto singelo de um amigo.
No meu blog, eu sempre pergunto a escritores e amigos a mesma pergunta: ‘Poesia pra quê?’. Recentemente, uma grande amiga, Carolina Assunção, respondeu citando dois poetas que admiro muito: Manoel de Barros e Pablo Neruda. Para Manoel de Barros, poesia serve pra voar fora da asa. Já o Pablo Neruda diz que é pra rolar com as estrelas e desatar o coração no vento. Para mim, poesia serve para inventar um ano novo mais completo, cheio de cores, amores e sabores.
E para você, poesia serve pra quê? Em 2011, inspire-se! E viva cada momento de uma forma única.