Todo ano a EF (Education First) faz uma pesquisa em vários países para medir o nível de proficiência das pessoas em cada lugar. Até 2013 o Brasil estava em 38º, mas desde 2014 caímos para a 41ª posição. Isso quer dizer que nosso nível geral de proficiência é baixo. O que isso significa, afinal, o nível de proficiência?
Em termos bem simples, a proficiência em um idioma é a união da acuidade linguística e da fluência. Saber falar não é o mesmo que ser proficiente: uma pessoa com proficiência no idioma conhece as estruturas, utiliza-as corretamente e fala com desenvoltura e fluidez. Uma pessoa pode ser fluente dentro do seu nível de conhecimento, mas ela só será proficiente se tiver real conhecimento da língua.
É muito comum as pessoas falarem que querem ser fluentes, sempre preocupadas com falar inglês sem dificuldade. É compreensível: falar é uma habilidade difícil, e exige realmente muito – para falar você precisa saber escutar, entender o que está sendo dito, processar aquilo, e responder de acordo não só seguindo uma estrutura compreensível, mas também com a pronúncia compreensível. Ufa, é muita coisa mesmo! No entanto, falar, ler, escutar e escrever são habilidades conectadas, no aprendizado de um idioma elas andam de mãos dadas, e precisam umas das outras.
As escolas “vendem” fluência, as pessoas buscam fluência, mas acabam se esquecendo dessas conexões inevitáveis: você só fala corretamente se escuta o que foi falado, você só escreve se consegue ler e entender o que está escrito, você só fala sobre um texto se conseguir compreendê-lo, e assim por diante. As 4 habilidades andam sempre juntas.
A EF, portanto, analisou a competência linguística das pessoas nessas habilidades, e foi aí que nós nos demos bem mal. O ensino de inglês nas escolas de ensino fundamental e médio não visa a proficiência, muitas escolas de idiomas por aí prometem fluência oral e se esquecem do todo, e as pessoas, que não são dessa área, entendem que melhorar é o mesmo que falar, sem considerar que precisa de tudo para se comunicar bem e corretamente.
Que o inglês é essencial e imprescindível todos sabem. Mas nos tempos atuais, em que a competitividade por trabalho é maior devido ao desemprego, e em que muitas pessoas consideram passar um tempo no exterior, não basta buscar a fluência oral, não basta conseguir responder sem elaborar uma opinião, não basta ter o inglês necessário apenas para participar como ouvinte de conference calls.
O ideal é entender que o inglês não é apenas para o trabalho, mas para a vida. É para abrir portas profissionais, de estudos, mas também de viagens, de cultura, do mundo. Se nos limitarmos sempre a “vou aprender um pouco pra não passar vergonha” continuaremos na 41ª posição. Continuaremos colocando no currículo que temos inglês avançado, quando, na verdade, é no máximo pré-intermediário. É preciso dedicação, e é preciso estudo.
Invista num bom curso, sem promessas inatingíveis. Entenda que o aprendizado é seu, e quanto mais dedicação sua, melhor para você. Escute músicas com atenção, tente entender o que a música quer dizer. Entre no Duolingo e faça exercícios. Assista filmes e seriados sem dublagem, para se acostumar com os sons da língua.
Melhorar no ranking mundial de proficiência em inglês não é bom só para estarmos acima de outros países. É bom porque significa que temos mais educação, que estamos mais preparados para o mercado de trabalho daqui, de fora, e que estamos também abertos para o mundo. Vale a pena estudar inglês, acredite!