Quando pergunto para uma menina “O que você quer ser quando crescer?”, nenhuma delas me responde “Quero ser empreendedora!”.

De maneira geral, as respostas que recebo de dessas meninas estão ligadas a carreiras clássicas (medicina, direito, engenharia, administração, entre outras). Se não for uma carreira clássica, então será algo fashion ou midiático como modelo, estilista, atriz, cantora ou outras do mesmo gênero. Passei a observar que meninas manifestam em suas respostas as profissões que simulam enquanto brincam.
Ao refletir sobre meninas, estendo minha análise para as mulheres. Então, me dou conta que ainda somos uma geração que não foi preparada formalmente para empreender. Ao fazer esta última afirmação, não estou me referindo apenas a formação escolar. Expresso neste momento algo bem mais básico: o fato de meninas não simularem empreendedoras em suas brincadeiras é porque esta profissional ainda não existe socialmente.

A empreendedora como profissional não aparece em uma revista, não está em uma novela, não surge em propaganda na TV, a empreendedora não surge coloquialmente em uma conversa em casa e não é personagem de estória. A empreendedora não protagoniza ainda papéis profissionais em nossa sociedade. O reconhecimento da empreendedora como profissional também passa pela formação de uma cultura na qual o empreendedorismo é tratado como profissão e as mulheres estão inseridas nela. O fato das meninas não brincarem de empreendedoras é apenas o sintoma.

Mas o que é ser empreendedora?

Se neste exato momento eu tivesse que explicar para uma menina, eu diria que é uma mulher que tem capacidade criativa muito grande, energia motivadora suficiente para mover obstáculos e levar adiante seus objetivos.

Isso pode ser desenhado? Creio que não, parece muito subjetivo para uma criança… Eu acrescentaria, então, que a empreendedora é capaz de construir uma empresa (apareceu algo físico!), desenvolver produtos e/ou serviços novos (ou pelo menos diferentes dos que já existem no mercado), trabalhar com pessoas que acreditam no que ela faz, sonhar com um futuro diferente (pois a empreendedora trabalha com inovação), buscar parcerias para que sua empresa possa se fortalecer e expandir.

A empreendedora é uma pessoa com a capacidade de criar e agregar recursos (materiais, profissionais e financeiros) em prol de um sonho que ela idealizou e tem a força, coragem e capacidade suficientes para tornar realidade.
Eu, como empreendedora, também sonho… Um dos meus sonhos é com o dia em que uma menina me pergunte o que eu faço e eu não precise explicar para ela o que é uma empreendedora. Quando este dia chegar, esta menina vai responder para mim “Eu sei o que é uma empreendedora. Eu também quero ser empreendedora quando crescer!”.

Deste ponto em diante, estaremos vivendo uma realidade na qual mulheres, independente da idade, absorveram a cultura do empreendedorismo e o compreendem como uma opção de carreira.

Business Girl

Mikaila Ulmer é uma brilhante business girl de 9 anos de idade, que já é um sucesso com seu negócio de limonadas. Sua missão é salvar o mundo, uma garrafa de limonada de cada vez.

“Quando eu tinha apenas quatro anos, minha família me incentivou a fazer um produto para a Children’s business competition. Então eu coloquei minha cabeça para pensar.” comenta Mikaila em seu site.

Vamos estimular as meninas a pensar mais sobre o empreendedorismo?

marina

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