Pode até parecer óbvio, mas não é. Para muitas mulheres, inclusive para as mais bem-sucedidas, o caminho percorrido na carreira é repleto de dúvidas a respeito de si mesma, inseguranças e medos. O receio de manifestar objetivos e metas no ambiente profissional, bem como a dificuldade em negociar  salários e cargos, muitas vezes representam um grande desafio para as mulheres.

Para não gerar “desconfortos” no ambiente profissional, nós temos com frequência tendência a pensar que, em prol do “bem-estar” coletivo, é preciso evitar se posicionar quanto a ambições e necessidade de reconhecimento. O que é um tremendo engano, e também autossabotagem. Quando se trata de desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil, a cultura patriarcal ainda tem um efeito negativo considerável. No entanto, o fato de não expressar o que desejamos também pode ter efeitos nocivos na carreira.

Estatisticamente, as mulheres negociam menos, aceitam salários mais baixos e pedem menos aumentos. Enquanto o homem tende a pensar que se a empresa o contratou, tem que pagar o que ele vale. Para as mulheres, muitas vezes, é como se fosse um favor o que a empresa faz. Pensamos: ‘Que bom, a empresa me aceitou’.

 

A lone woman stands on a corner protesting unequal pay for women in an unidentified section of Cincinnati, Ohio, ca.1970s. (Photo by Cincinnati Museum Center/Getty Images)

 

No livro “Women Don’t Ask: negotiation and the Gender Divide”, Linda Babcock e Sara Laschever, relatam justamente algumas conclusões de estudo realizados a respeito da eficácia das mulheres em negociações profissionais. No livro elas destacam que até mesmo nos postos mais altos há disparidade salarial e dificuldades na hora de negociar.

As autoras destacam que o fato das mulheres tenderem a se preocupar mais com o impacto que pedidos de aumento ou adiantamento possam ter nas relações pessoais, muitas vezes é o motivo central ao decidirem evitar entrar no campo da negociação.

Algumas ciladas que em geral mulheres tendem a compartilhar:

– Tentar evitar conflitos e, para isso, postergar o pedido de uma promoção no trabalho ou valorização dentro da empresa;

– Permitir que a timidez impeça de assumir responsabilidades do trabalho;

– Medo da reação dos outros;

– Medo de falhar;

– Não dizer o que deseja;

– Querer se manter na zona de conforto e ficar em paz;

– Minimizar as próprias conquistas e não acreditar no valor do próprio trabalho.

Esses são apenas alguns exemplos, você se identificou com algum? Pois é, não é só você. A grande maioria das mulheres em algum momento da carreira profissional passa por esses questionamentos.  Na grande maioria das vezes, esses receios tem implicações culturais, mas que precisam ser superados.

É um desafio importante a ser superado o excesso de cautela na hora de expressar os méritos profissionais e assumir o controle da própria carreira. A realidade é que aqueles que comandam empresas não vão dizer que as oportunidades são iguais se as mulheres não disserem “eu mereço”, “o meu trabalho merece”.

Tem uma frase de Eleanor Roosevelt que é muito interessante, ela diz: “É preciso fazer aquilo que você não se acha capaz de fazer”. O que quero dizer com esta citação é que muitas vezes na área profissional é realmente assim, é preciso sair da zona de conforto, tomar decisões ousadas e corajosas, seja para pedir um aumento, iniciar uma ação interna que acredita que vale a pena para empresa, ou até mesmo abrir o próprio negócio.

 

5 thoughts on “Por que precisamos aprender a expressar o que desejamos?

  1. Anônimo says:

    Eu gostei do texto. Bastante inspirador. Mas contém muitos erros gramaticais, faltam vírgulas, pontos e acentos…. Seria bom revisar para dar mais credibilidade ao texto que é significativo

  2. Anônimo says:

    Credibilidade falta a seu comentário porque se esconde como anônimo.
    O artigo não tem que ser inspirador,ele é a realidade da maioria de nós, agora se vc na clandestinidade prefere achincalhar e proferir xingamento
    disfarçado de “critica” não me convenceu. A autora do artigo é uma jornalista e empreendedora que decolou no cenário digital, escreve muito bem, estuda e pesquisa, perde o tempo dela estudando, sei porque sou admiradora do trabalho dela. Me impressiona este blog deixar um anônimo ofender uma autora que é uma jornalista acostumada a escrever em diversas plataformas.
    Afinal se este blog tem como objetivo impulsionar a mulher na sociedade deveria ao menos ter o cuidado de verificar os comentários deixados anonimamente. Isso não é democracia ou direito a informação, porque seria digno esta pessoa mostrar a identidade e não jogar ofensas e maldade. Com certeza ou é uma pessoa invejosa ou é um machista querendo constranger uma profissional brilhante. O blog deveria rever e retirar este comentário acima.

  3. JULIA SALEZ says:

    O artigo mostra a realidade que demanda enfrentamento. Mesmo sendo o enfrentamento pessoal,social,religioso ou qualquer esfera que interfira no desenvolvimento pleno de nossas habilidades e necessidades.

    O texto esta excelente e demonstra que o caminho esta certo, quanto mais houver a discussão mais reflexão e mudanças para que nós mulheres possamos atingir o máximo de qualidade de vida através da transformação
    cultural que fomenta a degradação do intelecto e da capacidade corporativa da mulher. O artigo chega em boa hora, pelo menos pra mim pq sei o quanto deixo de colocar na mesa corporativa minhas exigências e prioridades em prol de um conservadorismo linear. Gostoi muito do estilo de texto da jornalista Thata Saeter, e foi através dela que me inspirei a progredir em minha vida em todos os aspectos através da auto valorização.Obrigada Thata saeter por sempre me inspirar!!!

  4. Plano Feminino says:

    Aos comentários anônimos, tenham calma, pessoal! 😉

    Os textos do Plano Feminino passam por revisão de profissional da área antes da publicação, seguindo a norma culta da língua portuguesa, assim como as regras da nova ortografia. Mas, se ainda assim alguém encontrar erros de português, por favor, nos aponte que veremos o que pode ter acontecido. Afinal, somos humanos e todos podem cometer erros, isto não é pecado. =)

    Este é um espaço de construção e crescimento de todas nós. Todos estão livres para fazer as suas críticas de forma construtiva, aceitem também as que puderem surgir e, acima de tudo, saibamos praticar a empatia e a usar as palavras para construir boas oportunidades para todas nós. Só não queremos que rolem ofensas por aqui, todo mundo merece ser respeitado, não é mesmo?

    Queremos empoderar cada vez mais mulheres e mostrar que elas podem chegar aonde quiserem e este artigo mostra exatamente isto. Esperamos conseguir colaborar para que muitas mulheres cheguem a cargos de liderança e conquistem seu espaço! <3

    Contem com o Plano Feminino para isso!

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