Sai ano, entra ano e nós sempre prometemos ser mais felizes, encarar os problemas com mais leveza e sem estresse, mas basta uma semana de volta ao trabalho e já estamos desejando que o próximo feriado chegue logo.
O psicólogo Abraham Maslow disse certa vez que o mais maravilhoso destino ou fortuna que pode nos acontecer é sermos pagos para fazer o que amamos. Superconcordamos com ele, certo? Mas a realidade não é bem assim, né? Muitas vezes ficamos presos a alto salários ou status e passamos a desacreditar que podemos ser felizes no trabalho. “Trabalho é e será trabalho sempre, pouco prazeroso e às vezes doloroso”, já ouvi alguém falando. “Vou ficar até conseguir dinheiro para comprar meu apartamento, depois peço demissão”, é outra fala comum.
Por que quando estamos em um trabalho que mal paga nossas contas nós damos um jeito de mudar para um melhor? Por que a cenourinha do dinheiro é mais importante do que nossa felicidade? Claro que cada um tem propósitos e significados diferentes na vida e pode ter o dinheiro como sua mais valorosa moeda, mas a maioria, arriscaria dizer, quer dinheiro para usar como moeda de troca para se sentir feliz, seja comprando um apartamento ou um carro, ou viajando e conhecendo novos restaurantes.
Pretendo escrever mais sobre este tema (felicidade no trabalho) porque sei que é um dos dois temas que mais nos afligem, ao lado de relacionamentos. Para começar quero provocá-las (os): você encara sua ocupação hoje como um 1) trabalho, 2) uma carreira ou 3) um chamado?
1) No trabalho, o foco é recompensa financeira, mais do que o sentimento de preenchimento, de fazer algo que faz sentido. A pessoa acorda para ir trabalhar porque sente que deve ir e não tem grandes expectativas sobre seu dia. Sextas são superaguardadas.
2) Já quem encara (e sente) que o que faz é uma carreira, foca na sua ascensão, em trabalhar para ganhar tal promoção, ser reconhecido entre seus pares, busca por poder. Dinheiro, claro, faz parte, mas ligado a prestígio e status.
3) Por fim, quem sente que seu trabalho é como um chamado, vê com propósito o que faz, não precisa riscar dia após dia o calendário a espera do fim de semana ou das férias. É claro que há a parte chata, mas no fim do dia, vê certa satisfação no que faz. Dinheiro e crescimento profissional vêm a reboque.
Ao estudar o assunto, o psicólogo Amy Wrzesniewski descobriu que a satisfação com a vida e o trabalho pode estar mais relacionada como o funcionário encara seu trabalho do que dinheiro e prestígio. Quando percebe onde está, passa a buscar, ainda que inconscientemente, seu propósito.
Somos um ser humano único, não consigo dissociar Naiara-Profissional da Naiara-Pessoal, então me sentir feliz no trabalho tem muito peso sobre minha felicidade como um todo.
Boa reflexão!