Mulheres ocupando espaços, mulheres na ciência, é o que queremos ver cada vez mais e estamos pouco a pouco mostrando que é possível. Agora, temos mais uma mulher a nos representar na ciência e isso é motivo pra comemorar!
São sete mulheres vencedoras da 13ª edição do prêmio “Para Mulheres na Ciência”. O programa foi desenvolvido pela L’Oréal Brasil em parceria com a Unesco no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), e tem como objetivo promover a igualdade de gênero no ambiente científico. Tem como não amar? <3
Os sete projetos aprovados têm como principais objetos de pesquisa a promoção da qualidade de vida para pacientes idosos em tratamento de câncer, o uso da pedra-sabão para as próteses dentárias e ortopédicas e a busca da alimentação correta para a resistência das bactérias a antibióticos.
A bióloga Angélica Vieira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dedica-se a um tema de grande repercussão mundial: a resistência a antibióticos; causa de morte de 700 mil pessoas todos os anos. Especialista em Imunologia, a cientista mostra que uma possível solução pode estar mais perto do que se pensa: dentro do próprio organismo humano.
Em seu projeto, Angélica procura descobrir os efeitos de uma alimentação balanceada através das bactérias benéficas que habitam o corpo, já que elas produzem substâncias – chamadas de metabólitos – que auxiliam no combate a bactérias “invasoras”.
A bioquímica Ethel Wilhelm, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), tem como tema o envelhecimento populacional. Pacientes idosos em tratamento contra o câncer – doença diretamente relacionada ao envelhecimento das células, entre outros fatores – costumam se queixar de efeitos adversos, como as dores nas extremidades do corpo.
Em seu projeto, a cientista busca entender as causas das dores para desenvolver terapias mais eficazes que levem em conta as especificidades dessa faixa etária. Uma pista pode estar na relação entre a quimioterapia e o estresse oxidativo; tema em que Ethel é especialista.
Especialista em medicina regenerativa, a pesquisadora Fernanda Cruz é recém-concursada do Laboratório de Investigação Pulmonar (LIP) do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ). A médica estuda problemas respiratórios crônicos desde sua iniciação científica, feita na mesma Instituição.
O foco da cientista e seu grupo é buscar tratamentos menos invasivos para a asma grave e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que se tornaram mais comuns no cenário de envelhecimento da população. A pesquisa propõe o uso de monócitos em vez de células-tronco.
Sabrina Lisboa, biomédica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo busca uma terapia eficaz para pacientes que sofrem de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), uma condição que atinge cerca de 8% da população mundial.
Atualmente é preciso combinar diversos medicamentos para o tratamento, o que aumenta os riscos de efeitos colaterais. O grupo de pesquisa da pós-doutoranda da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo procura entender as alterações que acontecem no cérebro de quem desenvolve o TEPT através de modelos experimentais.
A partir das descobertas, um dos medicamentos já avaliados como uma possível terapia é um composto sintético semelhante ao THC encontrado na cannabis.
A inspiração para o projeto da cientista mineira Jaqueline Soares veio de um ingrediente famoso e abundante em sua região: a pedra-sabão. Docente da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a especialista em nanotecnologia pretende usar o talco produzido a partir da pedra para tornar próteses ortopédicas e dentárias mais resistentes.
O pó tem um custo reduzido e pode ser incorporado ao filme de hidroxiapatita, material usado nos implantes, aumentando sua durabilidade sem provocar uma rejeição do organismo.
Luna Lomonaco, do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME/USP), é especialista em sistemas dinâmicos, a ciência que analisa o comportamento de sistemas que mudam com o tempo e, assim, tenta prever seus próximos movimentos. Em seu projeto, a cientista se dedica ao estudo do Conjunto de Mandelbrot, um dos fractais mais conhecidos, e suas cópias dentro e fora do objeto geométrico.
Nathalia Lima, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), busca a solução para um problema comum relacionado à economia brasileira e o campo da Engenharia Civil: o curto prazo de validade do cimento.
O material amplamente usado em construções mantém suas condições ideais por apenas 90 dias após a fabricação. O estudo da cientista analisa as reações envolvidas na degradação do cimento por meio de técnicas como microscopia de fluorescência e química quântica.
A partir da análise, a intenção é propor novas formas de armazenamento que sigam as condições ambientais de cada região, visando aumentar a durabilidade do material. Para Nathalia, esse reconhecimento é um divisor de águas na sua carreira científica:
“Me motiva a prosseguir na carreira, serviu como injeção de motivação. As mulheres têm pouco espaço na ciência, os que temos precisamos aproveitar”
A entrega do prêmio acontece no dia 4 de outubro, na sede da L’Oréal, no Rio de Janeiro. O programa, tem 13 anos no Brasil e 20 no mundo, e busca a transformação do panorama da ciência, sempre em busca da igualdade de gêneros no cenário brasileiro e global, incentivando cada vez mais o ingresso de mulheres na ciência.
A premiação, que é anual, reconhece cientistas nas categorias de Ciências da Vida, Química, Matemática e Física, e premia as vencedoras com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil. Neste ano, houve um total de 524 inscrições, mas apenas sete foram selecionadas.
Que mais incentivos para ter mais participação de mulheres na ciência como esses sejam realizados. Que possamos ver cada vez mais marcas com propósito incentivando as mulheres a ocuparem todos os espaços que ainda são compostos por maioria masculina.
Queremos apenas balancear esses números e vermos mulheres com oportunidades iguais em todas as áreas. Parabéns à L’Oréal e às cientistas que estão trabalhando para representar todas nós!