O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) anunciou recentemente uma parceria com o Governo do Sudão do Sul, com o Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária, e com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) para que juntos trabalhem no desenvolvimento de programas de auxílio mental e psicossocial para as mulheres que sãovítimas de violência de gênero no Sudão do Sul, considerado o país mais novo do mundo, depois de sua emancipação do Sudão ocorrida em 2011. A atenção é oferecida especialmente às mulheres que estão fora de sua terra natal por conta de uma triste guerra civil que acontece no país.
O programa é extremamente importante porque a violência contra a mulher afeta essas pessoas fisicamente, emocionalmente e até mesmo a sua sexualidade, fazendo com que elas se tornem mais vulneráveis a contrair DSTs como Aids, por exemplo. Além disso, o lançamento do programa acontece na semana em que é considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Dia Laranja pelo Fim da Violência contra as Mulheres, celebrado todo dia 25 de cada mês.
A ONU Mulheres, que já atua há muito tempo no território sul-sudanês, afirma que as mulheres da região sofrem diariamente com a falta de empoderamento, afinal, elas são vistas pelos homens como pessoas incapazes de fazer qualquer outra coisa além de se casarem e cuidarem da casa e da família. Por isso, elas também têm pouquíssimo acesso à educação, sendo que quase 90% da população feminino é considerada analfabeta.
Em um relatório recente da PNUD, é apontado que aproximadamente 475 mil mulheres e meninas estão sob risco de violência. Em março do ano passado, a imprensa internacional repercutiu no mundo todo o relato da ONU que afirmava que o Governo do Sudão do Sul permitia que os soldados estuprassem as mulheres como “recompensa” pelos serviços prestados nos combates.
É apenas repugnante saber de uma notícia como essa!
Diante deste cenário horroroso, a ONU Mulheres trabalha com as sul-sudanesas de três formas: promoção do engajamento feminino em ações de paz e segurança; apoio ao empoderamento econômico das mulheres e fomento à governança e à liderança feminina nos quadros políticos e sociais do país. Atualmente existem cerca de oito centros de empoderamento feminino no Sudão do Sul, que servem para o desenvolvimento de atividades nessas três frentes temáticas.