Já faz algum tempo, admiro e acompanho o trabalho de uma fotógrafa chamada Brooke Shaden.  Além de suas fotos mágicas e surreais, que misturam sentimentos profundos e difíceis com fantasia, Brooke oferece diversos workshops sobre inspiração, criatividade e o poder da arte para mudar o mundo – o nosso próprio e o dos outros. Por trás das suas fotos, há sempre um relato ou uma experiência de vida importante, que ela elabora através da fotografia.

O foco deste artigo não é sua fotografia em si e sim, o trabalho que ela realiza junto à organização indiana Blossomy, que fica na cidade de Kolkata. Esta organização cuida de mulheres que sofreram abusos físicos, emocionais e psicológicos decorrentes do tráfico sexual humano. Estas mulheres moram em abrigos comunitários.

A Blossomy foi fundada por Laura Price em 2004 e, ao longo do tempo, especializou-se em mobilizar voluntários que doassem seu tempo para ensinar às mulheres algo que eles soubessem fazer e que pudesse ser útil a elas – desde aulas de Informática à yoga.

O trabalho de Brooke Shaden ali é unir a fotografia à recuperação destas mulheres. Com isso, Brooke oferece workshops e equipamentos fotográficos, ambos gratuitos, para as mulheres desta organização. O foco de seus ensinamentos é o autorretrato e, com isso, Brooke visa resgatar a autoestima destas mulheres, bem como ajudá-las a contar suas histórias de vida através das fotografias que elas tiram.

O principal benefício destas ações é o resgate da identidade destas mulheres e o sentimento de empoderamento nelas. Depois de sofrerem sucessivos abusos e serem tratadas como mercadorias, as mulheres perderam esta noção de quem elas são, e de que são pessoas que ainda possuem desejos, vontades e sonhos. Então, através e pela fotografia, Brooke tenta devolver tudo isso para estas sobreviventes.

 

mulheres india

 

Como recentemente Brooke Shaden pontuou em uma entrevista, depois de um tempo ela e a Blossomy perceberam que poderiam fazer mais por aquelas mulheres. Com isso, ela aprimorou o workshop e, atualmente, ela também ensina às mulheres como fazer uma carreira em fotografia, de forma que elas possam ter um novo começo em suas vidas. Esta escola foi batizada com o lindo nome de The Light Space.

Em muitos casos, as instituições solidárias visam as necessidades mais básicas de uma pessoa: alimentação, moradia e saúde. O que é essencial, sem sombra de dúvidas. Mas o que eu achei mais bacana nessa proposta é, primeiro, o cuidado com o lado emocional e psicológico destas sobreviventes; e, segundo, o uso da arte como instrumento para a cura.

Depois de traumas muito profundos, normalmente as pessoas têm dificuldades de falar ou ouvir sobre aquele determinado acontecimento e, por isso, a arte torna-se uma ferramenta fundamental, pois permite que as pessoas elaborem seus conteúdos de uma forma mais amena e tranquila.

Para quem quiser conhecer mais o trabalho da fotógrafa Brooke Shaden, as redes sociais dela são:

Porfólio: http://brookeshaden.com/gallery/

Blog: http://www.promotingpassion.com/

Flickr: https://www.flickr.com/photos/brookeshaden/

Para quem quiser saber mais sobre este trabalho feito pela e na Blossomy, os links são:

Página oficial da instituição: http://www.blossomy.org/old-upcoming.html

Relato e fotos: http://blog.flickr.net/en/2014/03/09/brooke-shaden-time-spent-in-india-with-survivors/

 

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